Zuckerberg pede desculpas às vítimas de abuso infantil nas redes sociais

 William Schendes
William Schendes

Na última quarta-feira (31), durante a audiência de segurança online no Congresso dos Estados Unidos sobre o impacto das redes sociais em crianças, Mark Zuckerberg se desculpou em nome da Meta após a exibição de conteúdos que evidenciaram a responsabilidade da big tech em casos de cyberbullying e abuso infantil.

A reunião também contou com executivos de outras plataformas de mídias sociais, como Shou Zi Chew (TikTok), Evan Spiegel (Snapchat), Jason Citron (Discord) e Linda Yaccarino (X, antigo Twitter).

(Imagem: Reprodução/ YouTube - Meta)

Sob pressão, CEO da Meta pediu desculpas às famílias

Os vídeos exibidos durante a audiência contavam com jovens que relataram experiências de bullying nas redes sociais. Os senadores presentes também abordaram sobre suicídios em casos de abuso infantil online.

A pressão dos senadores fez Mark Zuckerberg se levantar da cadeira e pedir desculpas às famílias reunidas na sessão, como destacou o Washington Post.

“Sinto muito por tudo que vocês passaram. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram e é por isso que investimos tanto e continuaremos a fazer esforços em todo o setor para garantir que ninguém tenha que passar pelas coisas que suas famílias tiveram que sofrer”, disse Zuckerberg durante a audiência.

De acordo com Zuckerberg, a Meta adicionou mais de 30 ferramentas de controle parental nos últimos oito anos, permitindo que os pais e responsáveis verifiquem as atividades nas redes sociais da empresa. O executivo destacou que a big tech investiu US$20 bilhões na área de segurança desde 2016.

Senadores estudam projetos de lei para regulamentar uso de redes sociais por menores

Além das críticas diretas à Meta e demais empresas de tecnologia, os senadores promoveram a discussão sobre a Lei de Segurança Online para Crianças, projeto de lei norte-americano apoiado por grupos da comunidade de proteção de crianças dos EUA. Outros projetos de mesmo foco também foram apresentados pelo comitê do senado.

Conforme reportou o The Guardian, Snap Inc (responsável pelo Snapchat) e X demonstraram apoio pelos projetos, enquanto os executivos da Meta, Discord e TikTok se recusaram a dar suporte.

Evan Spiegel, CEO da Snap, defendeu o projeto que exige que as empresas de tecnologia ofereçam proteções mais duras de privacidade e segurança para crianças.

Linda Yaccarino, CEO do X, apoiou o texto do senador Dick Durbin que visa analisar a responsabilidade das empresas ao facilitar o abuso infantil online.

Zuckerberg, por sua vez, discorda de projetos que responsabilizam as plataformas de mídia pelo gerenciamento dos menores de idade usuários nas redes sociais.

O CEO sugeriu que Apple e Google, fornecedores de lojas de aplicativos, devem realizar verificação de idade dos usuários e exigir o consentimento dos pais de crianças, da mesma forma que essas lojas fazem na compra de apps por menores de idade.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Escreve sobre tecnologia, games e ciência desde 2022. Tem experiência com hard news, mas também produziu artigos, reportagens, reviews e tutoriais.
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