Um suposto smartphone gamer da Redmi, submarca da Xiaomi, vazou em detalhes nesta semana. Segundo o informante Digital Chat Station, no Weibo, o aparelho teria luzes RGB integradas ao sistema de resfriamento, bateria acima de 7.000 mAh e chip Snapdragon 8s Elite, ainda não lançado.
A Xiaomi não comentou oficialmente sobre o rumor, que surge semanas antes da possível estreia do processador da Qualcomm, prevista para abril.
O modelo misterioso parece mirar concorrentes como o Red Magic 9 Pro, da ZTE, que também usa iluminação RGB em ventiladores internos. A estratégia da Redmi, porém, chamou atenção pela bateria: 7.000 mAh superam até modelos como o Galaxy S25 Ultra (5.000 mAh) e se aproximam de tablets básicos.
Além disso, outro dispositivo foi citado nos vazamentos: o Redmi K80 Ultra, equipado com o processador MediaTek Dimensity 9400 Plus. O chip, que deve concorrer com o Snapdragon 8 Elite, promete desempenho topo de linha, aliado a uma bateria de 7.500 mAh com recarga de 100W.
Especialistas questionam, porém, o público-alvo. Baterias gigantes comprometem a ergonomia — um desafio para aparelhos que já pesam acima de 250g. Além disso, o Snapdragon 8s Elite é uma versão levemente "reduzida" do 8 Elite, com clock máximo de 3,2 GHz, contra 3,4 GHz do rival.
A Xiaomi enfrenta pressão financeira. Relatório da Counterpoint Research mostra que a marca perdeu 9% de market share na China no último trimestre, enquanto a Huawei cresceu 22%. Lançar celulares gamers pode ser uma tentativa de recuperar espaço, mas a ausência de planos globais preocupa.
Outro ponto crítico é o preço. O Redmi Turbo 4 Pro, que também usará o Snapdragon 8s Elite, deve custar cerca de ¥3.299 (cerca de R$ 2.300 em conversão direta) na China. Se o modelo gamer seguir essa faixa, precisará competir com o Poco F6 Pro, da própria Xiaomi, que tem foco em desempenho bruto.
Celulares gamer e altas temperaturas
Enquanto isso, o setor aguarda testes de eficiência térmica. Sistemas de resfriamento ativo, como o do suposto Redmi, consomem até 8% da bateria por hora em jogos pesados, segundo a 9to5Google. A promessa de autonomia extrema, portanto, dependerá de otimizações de software — um desafio histórico para a Xiaomi, criticada pela quantidade de bloatware (softwares desnecessários que já vêm instalados no sistema) em fóruns.
Se confirmados, os lançamentos devem ocorrer no segundo semestre, e apenas na China. Resta saber se a estratégia de "aparelhos monstro" convencerá jogadores a abrirem mão de conveniência por potência.
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