X é rede com mais desinformação da União Europeia e Musk recebe alerta

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo

Em meio a aplicação da Lei dos Serviços Digitais (DSA), um relatório feito pela União Europeia concluiu quais redes sociais têm a maior taxa de desinformação. E em primeiro lugar ficou o X, antigo Twitter, de Elon Musk.

Registrando o maior número de publicações consideradas ilegais na UE, o X e seu proprietário receberam um alerta sobre as exigências de cumprir as novas leis de combate a notícias falsas e a propaganda russa.

X pode enfrentar proibição em toda a UE caso não cumpra regras

Elon Musk foi alertado sobre as exigências da nova lei da UE (Imagem: Shutterstock / Omar ElDeraa)

A lista liderada pelo X também contou com outras grandes redes sociais entre as plataformas com mais desinformação na UE. Em segundo lugar, por exemplo, está o Facebook.

Contudo, a rede de Mark Zuckerberg e outras gigantes do meio - como TikTok, Microsoft e Google - entraram em acordo com a UE. Essas plataformas assinaram o código de práticas elaborado pela UE que garante que elas poderia se preparar a tempo para operar dentro das exigências da DSA, em vigor desde agosto.

O X, porém, abandonou esse código de práticas e agora corre riscos de sofrer proibição nos 27 países que compõem a UE. Em comunicado à imprensa, Věra Jourová, comissária europeia responsável pela implementação do novo código anti-desinformação, revelou que a UE já emitiu um alerta a Elon Musk sobre a situação.

“O senhor Musk sabe que não está isento ao abandonar o código de práticas [...] Existem obrigações. Portanto, minha mensagem para o Twitter/X é que você deve obedecer. Estaremos observando o que você faz", declarou Jourová.

Os esforços já realizados por outras redes sociais

Com cerca de 200 páginas, o relatório da UE reuniu informações sobre os primeiros seis meses de trabalho das grandes redes sociais em 2023. O objetivo foi fornecer dados e orientações para que as plataformas se preparassem para cumprir a nova lei. E várias delas já fizeram esforços significativos nesta direção.

As medidas foram tomadas para combater notícias falsas e desinformação, discurso de ódio e propaganda russa. “O Estado russo envolveu-se na guerra de ideias para poluir o nosso espaço de informação com meias verdades e mentiras para criar uma falsa imagem de que a democracia não é melhor do que a autocracia”, explicou Jourová.

Até o momento, algumas das ações realizadas pelas principais redes sociais foram:

Google - Durante o primeiro semestre de 2023, o Google indica ter evitado que mais de 31 milhões de euros em publicidade fossem canalizados para desinformação na UE. Ao todo, neste período, a empresa publicou 20 441 anúncios políticos na UE, mas rejeitou outros 141 823 por terem falhado nos processos de verificação de identidade.

Além disso, o YouTube removeu mais de “400 canais envolvidos em operações coordenadas de influência ligadas à Agência de Pesquisa na Internet patrocinada pelo Estado russo”.

Meta - A Meta expandiu sua verificação de fatos para 26 parceiros, passando a cobrir publicações em até 22 línguas na UE. A partir disso, a empresa afirma que mais de 40 milhões de conteúdos receberam rótulo de verificação de fatos no Facebook e mais de 1,1 milhão no Instagram.

Segundo a companhia, 37% dos usuários cancelaram o compartilhamentos de publicações ao serem notificados sobre notícias falsas, e 95% sequer clicavam em conteúdos rotulados para desinformação.

TikTok - O TikTok também já conta com com verificações que abrangem 19 idiomas, incluindo russo e ucraniano. De acordo com a rede social, os rótulos de “conteúdo não verificado” já fizeram com que 29,93% dos usuários cancelassem o compartilhamento de publicações.

Além disso, o TikTok removeu quase 6 milhões de contas falsas, 410 anúncios não verificáveis e 140 635 vídeos por violação da política de desinformação. Relacionados à guerra na Ucrânia, a plataforma verificou 832 vídeos, dos quais 211 foram removidos.

Microsoft - A Microsoft impediu a criação de mais de 6,7 milhões de contas falsas no LinkedIn e removeu 24.000 peças de conteúdo falso no primeiro semestre de 2023.

Em agosto deste ano, uma pesquisa realizada pela página de artigos de ciência Nature revelou que milhares de cientistas estão trocando o Twitter/X por outras redes sociais. O principal motivo é a propagação de desinformação e discurso de ódio.

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Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora ávida de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades deste mundo.
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