Para que a entrega por drones comece a se tornar popular, serão necessárias aeronaves maiores que possam lidar com mais coisas. E hoje, a Wing, da Alphabet (dona do Google), apresentou o primeiro de uma nova linha de drones maiores com mais capacidade de carga.
Atualmente, o principal drone da Wing foi projetado para lidar com cargas úteis de até 1,3kg. O novo drone pode suportar quase o dobro, até 2,5kg sem sacrificar o alcance. A empresa ainda afirma que ele tem bateria suficiente para completar 12 milhas (cerca de 19km) de ida e volta enquanto navega a até 65 mph (cerca de 104km/h).
"Sempre foi nossa visão implementar um modelo de entrega multimodal por drone, da mesma forma que a entrega terrestre usa veículos de tamanhos diferentes para pedidos diferentes", disse o CEO da Wing, Adam Woodworth.
Ao implantar drones maiores, capazes de transportar mais coisas, a Wing diz que seus clientes podem fazer pedidos de mais itens, tornando seu serviço mais útil e conveniente. O novo drone será implantado nas comunidades onde a Wing opera nos próximos 12 meses, diz a empresa.
A ideia de agrupar pedidos baseia-se nos dados que a Wing coleta de seus clientes. A empresa afirma que, embora 70% de seus pedidos sejam entregues por um drone, 30% são entregues por dois. O acréscimo de um drone maior, com mais capacidade, ajudará a empresa a otimizar a entrega desses clientes.
"Pense nisso como se as companhias aéreas operassem diferentes aeronaves para diferentes rotas: Essa nova aeronave agilizará nossas entregas de pedidos maiores", disse Woodworth.
Drones diferentes
Os drones da Wing usam amarras e ganchos para pegar e deixar pequenas sacolas e caixas de papelão nos gramados da frente dos clientes. A empresa afirma ter realizado mais de 350.000 entregas, a maioria das quais na Austrália.
A empresa também opera na Finlândia e nos EUA, onde está fazendo entregas para o Walmart para clientes em um raio de seis milhas (cerca de 10km) de duas superlojas fora de Dallas-Fort Worth e para algumas lojas em Christiansburg, Virgínia.
Durante anos, as startups de entrega por drones foram prejudicadas por regras que exigiam que os operadores mantivessem suas aeronaves à vista o tempo todo. A ideia de colocar observadores ao longo de um drone de entrega era impraticável e cara, impedindo que muitas empresas aumentassem a escala.
Porém, após anos de testes de protótipos e pequenos projetos-piloto suburbanos, espera-se que as entregas por drones se expandam drasticamente nos próximos anos, depois de superar alguns (mas não todos) dos obstáculos regulatórios.
Várias empresas, incluindo a Wing, a UPS e a Skydio, receberam permissão da Administração Federal de Aviação para entregar mercadorias a pessoas que podem morar a quilômetros de distância e que não estão na linha de visão do operador do drone.
A permissão para operar "além da linha de visão" foi um grande marco para o setor nascente e abriu a porta para áreas de serviço maiores e mais clientes.
Atualmente, os clientes podem fazer pedidos de itens em um número limitado de lojas que estão fazendo parcerias com a Wing, incluindo Walgreens, Blue Bell Creameries, Easyvet e Texas Health. A Wing espera expandir suas ofertas de entrega com a introdução de aeronaves de diferentes tamanhos que possam transportar pacotes menores ou maiores.
A Wing também está pensando em outras maneiras de melhorar a eficiência de sua rede de entrega. Recentemente, ela criou um sistema que permite que seus drones realizem dinamicamente trabalhos de coleta e entrega consecutivos sem a necessidade de se reportar a uma base de origem.
Esse sistema inclui o uso de estações Autoloader, que são instaladas nos estacionamentos dos varejistas para que os funcionários carreguem um pedido preparado quando estiver pronto. Quando um drone está disponível, ele pode baixar uma corda para pegá-lo sem que ninguém fique esperando.
As empresas de entrega por drones afirmam que, ao transferir mais entregas para pequenas aeronaves elétricas com vários rotores, serão necessários menos caminhões poluentes para as entregas. É um argumento semelhante que está sendo feito por empresas de robôs de calçada que entregam pedidos de comida para moradores de Los Angeles e de outras cidades.
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