Willow: chip revolucionário do Google indica que vivemos em um multiverso

 William Schendes
William Schendes

O Google apresentou um novo chip de computação quântica nesta semana que promete revolucionar a indústria de tecnologia. De acordo com o comunicado de anúncio do Willow, a big tech afirma que o componente é tão rápido que permite concluir um problema computacional que um supercomputador atual levaria cerca de 10 setilhões de anos — ou seja, um tempo maior que a idade do universo.

O poder do Willow impressionou tanto os pesquisadores do Google que os levou a acreditar que o chip pode ter utilizado a capacidade computacional de “outros universos”. Isso corrobora teorias de que a computação quântica acontece em multiversos, conforme descreveu Hartmut Neven, fundador da equipe Google Quantum AI:

“O desempenho do Willow neste benchmark é surpreendente: ele realizou uma computação em menos de cinco minutos que levaria 1025 ou 10 septilhões de anos para um dos supercomputadores mais rápidos da atualidade. Se você quiser escrever, são 10.000.000.000.000.000.000.000.000 anos. Este número alucinante excede as escalas de tempo conhecidas na física e excede amplamente a idade do universo. Ele dá credibilidade à noção de que a computação quântica ocorre em muitos universos paralelos, em linha com a ideia de que vivemos em um multiverso, uma previsão feita pela primeira vez por David Deutsch.”

- Hartmut Neven, fundador da equipe Google Quantum AI.

Willow
(Imagem: Google)

No vídeo promocional sobre o Willow, o Google explica que computadores quânticos podem ser utilizados em uma série de aplicações do cotidiano, como ajudar médicos a projetar medicamentos com maior precisão para curar doenças ou até mesmo realizar simulações sobre novas tecnologias de baterias.

O grande diferencial dos computadores quânticos em relação aos convencionais é que eles usam qubits em vez de bits. É justamente nessa mecânica quântica que está o principal desafio dos PCs quânticos: quanto maior a quantidade de qubits, maior a propensão dessas máquinas a erros.

O desafio do Google está em reduzir esses erros, algo que, segundo a empresa, o Willow foi capaz de fazer. Como explica Hartmut Neven, o estudo publicado na Nature revela que o chip conseguiu reduzir os erros ao utilizar mais qubits:

“[O estudo] mostra que quanto mais qubits usamos no Willow, mais reduzimos os erros , e mais quântico o sistema se torna . Testamos matrizes cada vez maiores de qubits físicos, aumentando de uma grade de 3x3 qubits codificados para uma grade de 5x5, para uma grade de 7x7 — e cada vez, usando nossos últimos avanços em correção de erros quânticos, conseguimos reduzir a taxa de erros pela metade. Em outras palavras, alcançamos uma redução exponencial na taxa de erros. Essa conquista histórica é conhecida no campo como "abaixo do limite" — ser capaz de reduzir os erros enquanto aumenta o número de qubits.”

Com essa inovação, o Willow representa um avanço significativo na busca pela computação quântica funcional, aproximando a tecnologia de aplicações práticas que podem transformar áreas como saúde, energia e ciência de materiais.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista e redator de conteúdo. Cobre tecnologia, games e cibersegurança desde 2022. No TechShake, acompanha e escreve sobre notícias do mundo tech, mas também produz reportagens, reviews, artigos especiais e tutoriais. Tem uma sugestão de pauta ou release? Mande para williamschendesps@outlook.com
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