Há pelo menos 100 anos, os cidadãos de Santos e Guarujá ouvem falar de planos para a construção de um túnel subaquático ligando as duas cidades. E finalmente, parece que o projeto de construir o primeiro túnel submerso da América Latina vai sair do papel.
Anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) no início deste mês, o projeto prevê 1,5km de ligação seca entre Santos e Guarujá, por meio de um túnel de 870 metros que passará por baixo do canal que abriga o porto mais movimentado do Brasil.
Tempo de travessia entre as cidades deve diminuir 50 minutos
De acordo com as informações divulgadas até o momento, o primeiro túnel subaquático do Brasil e da América Latina terá três faixas de rolamento por sentido, com uma delas sendo adaptável para a integração do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
A estimativa do Governo de São Paulo é de que a nova travessia de carro entre Santos e Guarujá dure cerca de 1:30 min com o túnel, o que significa uma redução de até 50 minutos do tempo de deslocamento atual entre as cidades.
O novo trajeto deve proporcionar ainda um "desafogamento" da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055). Além disso, a diminuição de tráfego na área deve liberar o canal do porto para uso prioritário de navios de carga e de passageiros.
A gigante estrutura ainda contará com uma ciclovia e passagem para pedestres. Com tudo isso, o projeto ainda calcula uma redução de 53% na emissão veicular de dióxido de carbono e uma diminuição de 70% da demanda da balsa da Ponta da Praia.
O projeto já foi anunciado em anos anteriores, como em 2014, mas a expectativa é de finalmente entre em execução.
Investimento e estrutura
O projeto do túnel subaquático Santos-Guarujá faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem um orçamento estimado em R$ 5,8 bilhões. O valor de sua execução será dividido entre os orçamentos da União e do estado de São Paulo.
Para sua construção, o projeto planeja utilizar seis módulos pré-moldados com concreto armado, que serão construídos em uma doca seca e transportados por flutuação até o local de destino.
Esse módulos serão imersos a uma profundidade de 21 metros, encaixados e fixados, em um processo que não deve interromper o tráfego de navios no canal.
Até o momento, prevê-se a cobrança de um pedágio de valor similar ao que é cobrado pelas balsas que realizam a ligação entre as cidades atualmente. Ou seja, a travessia de carro deve custar em torno de R$12,30 em dias úteis. Os pedestres poderão circular sem cobranças.
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