Os satélites Starlink da SpaceX, projetados para conexão direta com smartphones, são significativamente mais brilhantes do que os modelos tradicionais, de acordo com pesquisas recentes. Esses novos satélites, conhecidos como Direto-para-Celular (DTC), prometem criar uma "torre de celular no espaço" que oferece serviço direto para smartphones, sem modificações.
A luminosidade mais intensa dos DTCs se deve, em parte, à sua órbita mais baixa, a cerca de 350 quilômetros da superfície da Terra, em comparação com os 550 quilômetros dos satélites Starlink convencionais. Essa proximidade aumenta a visibilidade desses satélites, que brilham quase cinco vezes mais no céu. Porém, isso tem causado alguns problemas.
Testes e implementação
Em janeiro de 2024, a SpaceX lançou os primeiros seis satélites DTC e, uma semana depois, utilizou um deles para enviar mensagens de texto. Em maio, a empresa demonstrou uma chamada de vídeo bem-sucedida, em parceria com a T-Mobile, para lançar esse serviço aos clientes ainda este ano.
Atualmente, existem mais de 100 satélites DTC em órbita, incluindo 13 lançados na semana passada. A SpaceX solicitou uma emenda à sua licença junto à Comissão Federal de Comunicações dos EUA para operar até 7.500 satélites DTC em órbita baixa da Terra.
Técnicas de mitigação de brilho
Embora os satélites DTC sejam mais brilhantes, a SpaceX ainda não aplicou suas técnicas usuais de mitigação de brilho, como ajustes nos chassis e nos painéis solares para reduzir a iluminação pela luz solar. Essas técnicas, aplicadas aos satélites Starlink desde 2020, têm sido eficazes, reduzindo o brilho em até 10 vezes.
Se aplicadas aos satélites atuais, espera-se que eles ainda sejam 2,6 vezes mais brilhantes do que os Starlinks tradicionais, de acordo com o estudo conduzido por Anthony Mallama, do IAU Centre for the Protection of Dark and Quiet Skies.
Preocupação com a astronomia e riscos de poluição espacial
Os satélites DTC, apesar de mais brilhantes, movem-se mais rapidamente e passam mais tempo na sombra da Terra, o que pode reduzir parcialmente seu impacto negativo nas observações astronômicas. No entanto, a rapidez com que novos satélites estão sendo lançados preocupa os cientistas, não apenas pela poluição luminosa, mas também pelos riscos de colisões em órbita e a crescente quantidade de detritos espaciais.
O especialista John Barentine, consultor da Dark Sky Consulting, alerta para o potencial aumento de emissões de rádio dos DTCs, que podem interferir com bandas de rádio protegidas para astronomia. Além disso, o aumento de objetos orbitando a Terra pode levar a consequências graves tanto no espaço quanto na atmosfera terrestre.
A velocidade com que a SpaceX e outras empresas estão lançando satélites pode ultrapassar a capacidade das políticas espaciais de acompanhar e regular essas atividades, levando a possíveis desastres em órbita e impactos ambientais significativos.
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