Tarifas nos EUA elevam preços de laptops; Apple mantém valores, Acer repassa custos

Adriano Camargo
Adriano Camargo

As recentes tarifas de 10% impostas pelo presidente Donald Trump sobre importações chinesas começaram a impactar diretamente o mercado de eletrônicos nos Estados Unidos. Enquanto algumas empresas, como a Apple, optaram por absorver os custos adicionais, outras, como a Acer, decidiram repassá-los aos consumidores.

A Acer anunciou que, a partir do próximo mês, aumentará em 10% os preços de seus laptops nos EUA, refletindo diretamente as novas tarifas. O CEO da empresa, Jason Chen, destacou que, embora grandes empresas de tecnologia tenham permanecido em silêncio sobre suas estratégias, a Acer decidiu seguir em frente com o reajuste de preços.

É importante notar que a Acer já havia transferido a fabricação de desktops para fora da China devido a tarifas anteriores, mas a produção de laptops permanece no país. Chen também expressou preocupação de que algumas empresas possam usar as tarifas como justificativa para aumentos de preços superiores a 10%.

Apple segurou os preços

Laptop apple custos trump
Apple segurou os valores de seus laptops (Imagem: GSMArena)

Por outro lado, a Apple optou por manter os preços de seus produtos inalterados, absorvendo os custos adicionais das tarifas em suas margens de lucro. No entanto, analistas do Bank of America sugerem que, se as tarifas persistirem, a empresa poderá se sentir na obrigação de aumentar os preços do iPhone e de outros produtos nos EUA para compensar os custos adicionais.

Estima-se que, sem ajustes nos preços, a Apple poderia enfrentar um impacto negativo de US$ 0,26 no lucro por ação em 2026. Um aumento de aproximadamente 3% nos preços poderia reduzir esse impacto para US$ 0,21, assumindo uma queda de 5% nas vendas unitárias.

A Federação Nacional de Varejo (NRF) dos EUA alertou que as tarifas propostas poderiam custar aos consumidores americanos até US$ 78 bilhões em poder de compra anual. Categorias como vestuário, brinquedos, móveis, eletrodomésticos, calçados e artigos de viagem seriam as mais afetadas, especialmente em itens onde a China é um dos principais fornecedores. Os varejistas dependem significativamente de produtos importados para oferecer uma variedade acessível aos clientes.

Além das tarifas sobre produtos chineses, o presidente Trump anunciou planos para impor uma tarifa adicional de 25% sobre todas as importações do México e do Canadá. Essas medidas, segundo Trump, são necessárias para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas que entram nos EUA. As moedas dos países afetados já mostraram reações a esses anúncios, refletindo a incerteza econômica gerada.

A Consumer Technology Association (CTA), da qual a Apple é membro central, estima que as novas tarifas custarão cerca de US$ 143 bilhões aos consumidores americanos, potencialmente resultando em uma desaceleração nas vendas de eletrônicos. A mudança da fabricação para fora da China não é viável no momento, e produzir hardware dentro dos EUA ainda exigiria a importação de componentes, que também seriam altamente taxados.

Diante desse cenário, especialistas recomendam que consumidores interessados em adquirir novos dispositivos considerem fazê-lo em breve. Embora as tarifas já estejam em vigor, muitos varejistas ainda possuem estoques importados antes da implementação das novas taxas, oferecendo uma janela de oportunidade para compras antes que os aumentos de preços sejam refletidos no varejo.

Com informações do GSMArena.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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