Tarifas de 25% nos EUA elevam preços de carros elétricos importados

Adriano Camargo
Adriano Camargo

O governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados, incluindo carros elétricos, com vigência a partir de 2 de abril. Essa medida deve resultar em aumentos significativos nos preços para os consumidores.

Fabricantes como Audi e BMW, que produzem seus veículos elétricos na Europa e na Ásia, serão diretamente afetados. Modelos como o Audi e-tron GT, fabricado na Alemanha, e o Hyundai Ioniq 5, produzido na Coreia do Sul, terão seus custos elevados devido às novas tarifas.

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Donald Trump assina aumento de tarifas nos EUA (Iamgem: History in HD/Unsplash)

Até mesmo a Tesla, que monta seus veículos nos EUA, prevê aumento nos custos de produção devido à taxação sobre peças importadas.

Especialistas da indústria automotiva alertam para possíveis interrupções na produção de veículos na América do Norte. A Cox Automotive estima que as tarifas podem adicionar US$ 3.000 ao custo de um veículo produzido nos EUA e até US$ 6.000 àqueles fabricados no Canadá ou México. Essa elevação de custos pode levar a uma redução diária de 20.000 veículos produzidos, representando uma queda de 30% na produção.

Preocupação global

A União Europeia expressou preocupação com as tarifas impostas, alertando para impactos negativos tanto em fabricantes globais quanto na indústria manufatureira dos EUA. A presidente da Comissão Europeia e o ministro da Economia alemão enfatizaram a necessidade de uma resposta firme da UE, embora também busquem soluções negociadas para evitar uma guerra comercial.

O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou a medida como uma estratégia para cobrar dos países por fazer negócios nos Estados Unidos e recuperar empregos e riqueza que, segundo ele, foram perdidos para outras nações. Ele indicou que esta é apenas uma ação inicial e que novos aumentos tarifários podem ser anunciados em breve.

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Tesla também sofrerá com os aumentos (Imagem: J Dean/Unsplash)

A reação internacional foi imediata. O Canadá, por exemplo, anunciou planos para impor tarifas de 25% sobre produtos fabricados nos EUA, incluindo veículos elétricos, em resposta às ações de Trump. Autoridades canadenses afirmaram que essas contramedidas visam proteger e defender os interesses do país, seus consumidores, trabalhadores e empresas.

As novas tarifas também abrangem peças automotivas essenciais, como motores, transmissões e componentes elétricos, cruciais para a produção de veículos elétricos. A Casa Branca informou que essas tarifas entrarão em vigor até 3 de maio. O acordo USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá) inicialmente oferecia certa proteção, mas as novas regras eliminam essas salvaguardas, forçando as montadoras a reavaliar suas estratégias de produção.

O mercado norte-americano conta com uma variedade de veículos elétricos montados em diferentes partes do mundo. Modelos como o Chevrolet Blazer EV e o Equinox EV são produzidos no México, enquanto o Ford Mustang Mach-E também é montado lá. Por outro lado, o Cadillac Lyriq é fabricado no Tennessee, e os modelos Rivian R1T e R1S são produzidos em Illinois. Veículos europeus, como o Mercedes-Benz EQB, vêm da Hungria, e modelos asiáticos, como o Nissan Ariya, são fabricados no Japão. As novas tarifas impactarão cada veículo de maneira diferente, dependendo da origem de suas peças e montagem.

As consequências de longo prazo dessas tarifas ainda são incertas. No entanto, é evidente que a indústria automotiva enfrenta um período de mudanças significativas, com os consumidores provavelmente arcando com os aumentos de preços.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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