Super-humanos? Exoesqueleto permite correr mais rápido

Taysa Coelho
Taysa Coelho

Um estudo mostrou que pessoas comuns podem correr mais rápido com a ajuda de tecnologias vestíveis. O experimento, realizado pela Universidade Chung-Ang, da Coreia do Sul, provou que o uso de um exoesqueleto robótico aumentou a velocidade e o número de passos dados pelos corredores testados.

No estudo, nove atletas não profissionais percorreram duas vezes a distância de 200m, com um intervalo de 30 minutos entre elas. Em uma das vezes, usaram as vestes habituais e, na outra, um exoesqueleto leve, composto por cabos de aço presos às coxas do corredor.

Homem corre usando exoesqueleto robótico em uma rua deserta
Divulgação: Chung-Ang University

Os movimentos dos participantes foram monitorados por sensores, capazes de analisar o estilo e a velocidade da corrida de cada um. Segundo os dados, os atletas foram 0,97 segundos mais rápidos enquanto usavam a vestimenta tecnológica.

O ganho de velocidade ocorreu juntamente com o aumento do número de passos, resultado dos estímulos gerados pela tecnologia do exoesqueleto. O traje conta com cabos de aço presos às coxas do corredor. Esses cabos são ligados a motores elétricos e, quando puxados, simulam uma contração muscular.

Esse estímulo extra melhoraria a extensão de quadril, dinamizando o impulso do corpo para a frente. Os resultados foram divulgados esta semana na revista científica Science.

Estamos perto de nos tornar super-humanos?

Ainda falta um longo caminho a ser percorrido, mas, se depender dos pesquisadores da Universidade Chung-Ang, isso pode acontecer. Os profissionais pretendem aprofundar os estudos para entender o limite da combinação entre o corpo humano e a tecnologia.

Um protótipo de exoesqueleto está sendo desenvolvido especialmente para o ex-corredor de elite sul-coreano Kyung-soo. O objetivo é fazer com que o atleta aposentado bata o recorde dos 100m rasos. Atualmente, o tempo de 9,58 segundos, pertence ao jamaicano Usain Bolt.

Além disso, também começaram a ser colocados em prática estudos com um corredor com deficiência.

No entanto, Kaspar Althoefer, chefe do Centro de Robótica Avançada da Universidade Queen Mary, de Londres, faz um alerta. Apesar de considerar um feito interessante, o uso desses trajes não ajudam a fortalecer os músculos. Pelo contrário: seu uso, a longo prazo, poderia torná-los ainda mais fracos.

Vale destacar que esse não foi o primeiro estudo associando exoesqueletos a corrida. Em 2021, um modelo fabricado com tecido e elásticos mostrou que essa tecnologia pode ajudar a reduzir a energia gasta durante a atividade física.

Será que essa moda pega?

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Taysa Coelho
Taysa Coelho
Movida pela curiosidade, adora conhecer coisas novas e acredita que, por isso, se tornou jornalista. No tempo livre, gosta de ir à praia, ler, ver filmes e maratonar séries. Carioca formada pela UFRJ, atualmente vive em Portugal, país que adotou.
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