A X Company, o laboratório de projetos inovadores do Google, já trabalha há alguns anos numa nova tecnologia que promete inovar a conexão de internet “baseada em luz”. Nomeada de Taara, o projeto visa entregar velocidades semelhantes às da fibra óptica, para comunidades muito remotas, regiões em que a banda larga é cara ou que têm algum tipo de fator que dificulta a utilização da internet tradicional.
No entanto, nesta semana, um relatório do Financial Times divulgou que a Alphabet está desmembrando o Taara de sua X Company. Dessa forma, a empresa será autônoma, mas o Alphabet manterá sua participação minoritária e garantiu que a startup continuará recebendo investimentos da Series X Capital.
A tecnologia de internet via laser Taara tem como seu principal diferencial a utilização de um chip fotônico de silício que usa luz para transmitir dados de alta velocidade pelo ar. O chip é pequeno, do tamanho de uma unha, como descreve o Google, e não depende de peças grandes para transmitir os dados, pois usa software para direcionar, rastrear e corrigir o feixe de luz, garantindo a conexão.
Anteriormente, a primeira geração do Taara usava uma espécie de “torre” chamada Taara Lightbridge, do tamanho de um semáforo, que utilizava um sistema de espelhos e sensores para direcionar a luz corretamente. Com o novo chip Taara, esse direcionamento é feito de maneira automática.
“Em cada chip Taara, há centenas de pequenos emissores de luz. Ao usar software para controlar quando cada um deles emite luz, podemos manipular a frente de onda da luz e direcioná-la para onde ela precisa ir.”
- Mahesh Krishnaswamy, gerente geral, Taara.
Outro diferencial da tecnologia é a facilidade de sua instalação. Em vez de necessitar de toda a infraestrutura de uma fibra óptica, por exemplo, o Taara depende apenas de dois feixes de luz que se encontram para formar um link seguro para a transmissão de dados.
Nos testes da equipe responsável pelo projeto, foi possível transferir dados a 10 Gbps (gigabits por segundo) a distâncias de até 1 km utilizando dois chips Taara. No futuro, a empresa planeja estender o alcance da tecnologia, prometendo transmissões de até 20 Gbps em distâncias de até 20 km — tudo isso sem depender de cabos.
Mesmo ainda não estando no mesmo nível comercial da Starlink — empresa de Elon Musk de internet via satélite —, o Taara já opera em 12 países. Como reportou a Wired, a tecnologia já foi utilizada para baratear a internet em Kinshasa, na República Democrática do Congo, no festival de música Coachella do ano passado e até no novo prédio do Google em Bayview, na Califórnia, onde seria necessário instalar um cabo de fibra óptica.
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