Já pensou em identificar os locais que uma pessoa visitou apenas com base nas bactérias trazidas do ambiente? Essa foi a proposta de pesquisadores da Lund University, na Suécia, que desenvolveram um sistema inovador utilizando inteligência artificial (IA).
De acordo com um estudo publicado na revista científica Genome Biology and Evolution, a ferramenta, chamada Microbiome Geographic Population Structure (mGPS), consegue rastrear os locais geográficos visitados por pessoas com base nos rastros microbianos coletados em diferentes ambientes.
O mGPS foi treinado com um extenso banco de dados de microbiomas, incluindo amostras de bactérias provenientes de ambientes urbanos, solos e ecossistemas marinhos. O conjunto de dados utilizado inclui 4.135 amostras coletadas em transporte público de 53 cidades, 237 amostras de solo de 18 países e 131 amostras de ambientes aquáticos como oceanos, lagoas e rios.
Com esse vasto volume de dados, o sistema analisa as "impressões digitais" microscópicas e identifica as coordenadas geográficas de origem das bactérias com alta precisão, como explica Eran Elhaik, pesquisador de biologia da Universidade de Lund e lider do estudo.
"Analisamos conjuntos de dados extensos de amostras de microbioma de ambientes urbanos, solo e ecossistemas marinhos e treinamos um modelo de IA para identificar as proporções únicas dessas impressões digitais e vinculá-las a coordenadas geográficas. Os resultados acabaram sendo uma ferramenta muito poderosa que pode identificar o local de origem de uma amostra de microbioma com precisão impressionante."
Segundo os pesquisadores, o modelo conseguiu determinar a cidade de origem das amostras em 92% dos casos e, em um exemplo específico, identificou com 83% de acerto a estação de transporte público subterrâneo em Hong Kong, na China.
Eran Elhaik diz que a equipe avançará com o estudo e planeja mapear o microbioma de cidades inteiras, o que “pode ser um impulso para investigações forenses e nos permitir conhecer os organismos que habitam nossas ruas, jardins, pele e corpos.”
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Com informações de Science Daily e BGR.
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