Se você usa seu smartwatch para saber quantas calorias perde em uma atividade física, saiba que pode estar cometendo um erro. De acordo com um estudo publicado por pesquisadores de Dublin, na Irlanda, os relógios inteligentes e dispositivos de rastreamento de condicionamento físico não são tão precisos.
Segundo a publicação, em determinados aspectos, esses dispositivos podem apresentar mais precisão, chegando a uma margem de erro de apenas 3%. Mas, em outros casos, a variação pode atingir 180%.
Eles te subestimam
Segundo o estudo, a taxa de erro na medição de calorias gastas em uma atividade física pode chegar a 21%. Mas, surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que os dispositivos tendem a subestimar o gasto calórico, ou seja, medem menos do que de fato a pessoa gasta.
Os aparelhos Fitbit, por exemplo, indicavam um gasto energético de 3 kcal por minuto, quando, na realidade, seria de 7 a 13 kcal. O mesmo aconteceu com a contagem de passos, que, em diferentes marcas, tende a ser até 12% inferior à realidade.
No entanto, a métrica que apresentou a maior imprecisão foi em relação ao sono dos usuários. Os wearables tendem a superestimar o tempo total de sono (ou seja, mostram que você dormiu mais do que realmente o fez) e subestimar o tempo que você passa acordado até começar a dormir.
Esse período entre deitar e adormecer é conhecido como latência do sono e teve uma variação de até 180%. Já a imprecisão quanto ao tempo de sono foi de mais de 10%.
Mas podem salvar a sua vida
O estudo também trouxe boas notícias aos usuários desses equipamentos. Quem usa smartwatch para medir seus batimentos cardíacos pode seguir utilizando sem medo.
Segundo a publicação, os aparelhos são capazes de medir a frequência cardíaca com uma precisão de 97%, com destaque para as marcas Apple e Garmin, que se mostraram as mais precisas. Os dispositivos também foram precisos na detecção de arritmias cardíacas e no monitoramento da variabilidade de frequência cardíaca.
Outro aspecto em que se pode confiar é na medida do nível de saturação de oxigênio no sangue. A margem de acerto chega a 98%.
Marcas analisadas
A análise, publicada em julho, se chama Keeping Pace with Wearables: A Living Umbrella Review of Systematic Reviews Evaluating the Accuracy of Consumer Wearable Technologies in Health Measurement (Acompanhando o ritmo dos wearables: uma revisão de estudos sistemáticos que avaliam a exatidão das tecnologias vestíveis de consumo na medição da saúde, em livre tradução). Os pesquisadores analisaram 24 estudos, publicados entre 2013 e 2024.
Dentre as marcas analisadas estavam Apple, Fitbit, Samsung, Garmin, Redmi, Huawei, Google, Mi, Polar, entre outras.
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