A Samsung destacou o papel da inteligência artificial (IA) em seus aparelhos de ultrassonografia para auxiliar na identificação de nódulos mamários, em meio ao Dia Nacional da Mamografia (5 de fevereiro).
O recurso, chamado S-Detect, analisa lesões por meio de um banco de dados com milhares de imagens, gerando sugestões de classificação para médicos. A tecnologia está presente em equipamentos como o RS85 Prestige e o HERA W10, segundo informações da empresa.
A mamografia continua sendo o principal exame para detecção precoce do câncer de mama, capaz de identificar microcalcificações associadas a tumores iniciais. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que 30% dos casos da doença no Brasil são diagnosticados tardiamente. Já o ultrassom, embora não substitua a mamografia, complementa a análise ao avaliar nódulos e cistos, como explica a Sociedade Brasileira de Mastologia.
O S-Detect opera integrado ao sistema BIRADS, padrão internacional para classificação de imagens mamárias. Ao marcar uma região suspeita, a IA sugere limites da lesão e características como formato e vascularização, conforme detalhado em estudo da Radiological Society of North America. Nelson Ozassa, diretor da Samsung Brasil, afirma que o objetivo é "agilizar o fluxo de trabalho", mas ressalta que o diagnóstico final cabe sempre ao especialista.
Disponibilidade
A tecnologia está disponível em modelos como o HS40 (básico) e o V8 (intermediário), amplamente utilizados em clínicas. Relatório da Frost & Sullivan aponta que a Samsung detém 18% do mercado global de ultrassonografia, atrás apenas da GE Healthcare (27%). No Brasil, a empresa lidera em vendas de equipamentos médicos de imagem desde 2021, segundo a Anvisa.
Apesar dos avanços, especialistas alertam para limites da IA. Um estudo de 2023 com 1.200 pacientes mostrou que sistemas automatizados têm taxas de falso positivo 12% maior que análises humanas em nódulos complexos. Além disso, o INCA reforça que o ultrassom não é recomendado como método isolado de rastreio, pois não detecta calcificações precoces.
Para pacientes, a inovação pode significar maior agilidade. Um projeto-piloto no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, reduziu em 25% o tempo de laudos ao usar o S-Detect. A ferramenta, porém, exige treinamento: 43% dos radiologistas entrevistados afirmaram precisar de capacitação para integrar IA à rotina.
Enquanto o câncer de mama segue como o mais comum entre mulheres no país, a discussão sobre tecnologia e acesso ganha relevância. A Samsung não informou se o S-Detect será expandido para outras áreas, mas mostra que utilizar a tecnologia e a inovação em sistemas de saúde podem salvar vidas.
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