Designers, fotógrafos, pintores e outros artistas que usavam redes sociais como Facebook e Instagram para divulgar seu trabalho estão migrando para uma rede social chamada Cara. O motivo: trata-se de uma plataforma anti Inteligência Artificial (IA).
O crescente movimento dos artistas em direção a esta recente rede social foi motivado pelos planos da Meta de utilizar os dados dos usuários do Instagram e do Facebook para treinar suas ferramentas de IA.
Cara tem compromisso anti-IA e camadas de proteção
Conforme noticiado pelo Tech Crunch, cada vez mais artistas se mostram indignados com a decisão da Meta. Para eles, utilizar os seus trabalhos artísticos de graça e lucrar com isso é uma injustiça. O receio dos profissionais é ainda de que a IA acabe gerando resultados que violem os direitos autorais de suas obras após serem treinadas a partir delas (como já aconteceu).
Lá em 2022, a fotógrafa Jingna Zhang já pensava nisso e decidiu criar a rede social para artistas Cara. Zhang chegou a ganhar um processo de violação de direitos autorais após um pintor transformar uma de suas fotos em um quadro. A experiência e o crescimento da IA motivaram o nascimento da nova rede.
Com uma interface que parece misturar características do Instagram e do X, a Cara permite que os artistas publiquem seu portfólio, atualizações e mensagens de texto no feed. Mas seu diferencial é o compromisso com o usuário de não usar ou vender dados para usos relacionados à IA. A rede ainda conta com camadas de proteção em material com direitos autorais a partir de uma parceria com o projeto Glaze, da Universidade de Chicago.
Além de atuar como uma plataforma segura para os artistas exporem seus trabalhos, a Cara se propõe a ser um espaço para criar contatos de trabalho e até encontrar emprego em grandes estúdios. A rede social tem área ainda para divulgação de eventos, como exposições e apresentações.
Cara se tornou um dos apps mais baixados da App Store
Há cerca de 7 dias, a plataforma Cara registrava cerca de 40 mil usuários. Com a notícia de que a Meta pretende utilizar dados do Instagram e do Facebook para treinar sua IA, a nova rede social cresceu para 650 mil usuários em apenas uma semana.
A indignação dos artistas ficou evidente no grande movimento que fez da Cara um dos aplicativos mais baixados da App Store nos últimos dias. O repentino crescimento pegou Zhang de surpresa e deixou a empreendedora precisando fazer difíceis decisões.
O fato é que, com a grande quantidade de usuários atualmente, a hospedagem da plataforma na web passou a custar um fortuna. Para evitar criar muitos vínculos, Zhang não trabalha com investidores externos. Neste momento, fica o questionamento sobre como a rede vai se sustentar? Publicidade? mecenas das artes? Uma assinatura paga? Os usuários aguardam os próximos passos da rede.
O aplicativo da rede social Cara está disponível para iOS e pode ser acessada no desktop mesmo que você não tenha um perfil criado na plataforma.
FIQUE POR DENTRO!