Ransomware 3.0: conheça a nova onda de ataques capaz de paralisar empresas

 William Schendes
William Schendes

Uma nova geração de ransomware está colocando empresas brasileiras em alerta. Batizada de Ransomware 3.0, essa nova onda de ataques cibernéticos vai além do sequestro de dados e tem como objetivo a interrupção total das operações. A ameaça já afeta empresas de diferentes setores e exige respostas rápidas e estratégias robustas de proteção.

Segundo o relatório 2024 Unit 42 Incident Response, da Palo Alto Networks, 86% dos incidentes de ransomware no último ano causaram algum tipo de disrupção operacional ou reputacional. O que antes era um ataque voltado apenas à criptografia de arquivos evoluiu para algo mais agressivo, com sabotagens diretas que envolvem exclusão de máquinas virtuais, corrupção de backups e interrupção de serviços essenciais.

A evolução dos ataques pode ser dividida em três fases. A primeira é a criptografia simples, ainda presente em 92% dos casos. A segunda envolve a exfiltração de dados com ameaça de vazamento. Já a terceira, mais recente e perigosa, é voltada à destruição total dos ambientes digitais, dificultando qualquer tentativa de recuperação.

Ransomware 3.0: conheça a nova onda de ataques capaz de interromper empresas
(Imagem: nevarpp/ Getty Images)

“Diferente das versões anteriores, o Ransomware 3.0 aposta na aniquilação digital. O objetivo não é mais apenas roubar informações e exigir pagamento, mas paralisar empresas inteiras.”

- Rafael Oneda, diretor de Tecnologia da Approach, empresa especializada em soluções de cibersegurança.

De acordo com o levantamento, os ataques estão mais rápidos. Em cerca de 20% dos casos, os criminosos exfiltram grandes volumes de dados em menos de uma hora, o que reduz drasticamente o tempo de reação das equipes de segurança.

A pesquisa Global Future of Cyber Survey 2024, da Deloitte, reforça o cenário preocupante. O número de organizações afetadas por ransomware saltou de 60% para 75% em um ano, com pedidos de resgate que chegam a US$ 10 milhões. Táticas como a tripla extorsão — que combina criptografia, vazamento de dados e ataques DDoS — se tornaram comuns, impulsionadas por serviços de Ransomware-as-a-Service (RaaS) e o uso de inteligência artificial.

Os dados também revelam que a exigências médias de resgate de dados subiram para US$ 5 milhões, podendo chegar a até US$ 10 milhões por incidente.

Ransomware 3.0: conheça a nova onda de ataques capaz de interromper empresas
(Imagem gerada por IA/ ChatGPT)

A combinação de ameaças externas com falhas internas amplia os riscos, e o relatório da Palo Alto destaca três falhas dentro das empresas que são críticas nos ataques ransonware:

  • Complexidade de ferramentas – Organizações utilizam, em média, mais de 50 soluções de segurança diferentes, muitas vezes sem integração ou visibilidade unificada, o que dificulta a detecção precoce de ataques.
  • · Falta de visibilidade – Ambientes em nuvem, endpoints não monitorados e Shadow IT criam brechas que os invasores exploram para movimentação lateral e exfiltração silenciosa de dados.
  • · Confiança excessiva – O uso de permissões amplas e desnecessárias para usuários e aplicações aumenta a superfície de ataque e permite que uma única credencial comprometida tenha impacto devastador.

Para conter esse tipo de ameaça, os especialistas da Approach recomendam medidas como:

  • Backups seguros e offline: cópias de segurança que não dependem de conexão com a internet.

  • Backups imutáveis: impede qualquer alteração ou exclusão dos arquivos após sua criação.

  • Arquitetura Zero Trust: restringe acessos internos e realiza verificações constantes de identidade.

  • Monitoramento contínuo: soluções de detecção e resposta rápida aumentam as chances de neutralizar ameaças antes de causarem danos graves.

  • Plano de resposta a incidentes: empresas que já possuem estratégias claras de contenção e recuperação lidam melhor com ataques e conseguem retomar as operações com menos prejuízos.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista e redator de conteúdo. Cobre tecnologia, games e cibersegurança desde 2022. No TechShake, acompanha e escreve sobre notícias do mundo tech, mas também produz reportagens, reviews, artigos especiais e tutoriais. Tem uma sugestão de pauta ou release? Mande para williamschendesps@outlook.com
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