O final da década de 1960 ficou marcado pela corrida espacial entre Estados Unidos e a então União Soviética, que disputavam quem chegaria primeiro à Lua. Mais de 54 anos depois de os EUA serem bem sucedidos com sua missão Apollo 11, o satélite natural da Terra voltou a ser motivo para uma nova corrida espacial. Dessa vez, disputada entre quatro países.
Estados Unidos, Rússia, Índia e China estão trabalhando em missões espaciais, todas com um mesmo objetivo: chegar ao polo Sul da Lua. Mas por que o satélite terrestre voltou ao interesse das pesquisas espaciais? O que estão buscando nessa região da Lua?
Polo Sul da Lua pode guardar importantes recursos
Até então uma região inexplorada, o polo Sul da Lua é marcado por uma paisagem escura com grandes sombras, e um terreno com depressões e crateras. Mas a expectativa é de que essa parte do satélite na Terra guarde importantes recursos. E isso motivou o interesse econômico e científico de grandes potências do mundo.
Pesquisadores acreditam que a Lua ainda guarda minerais inexplorados e, ainda mais valioso, água congelada. Em uma declaração publicada no último dia 20, a NASA afirmou que as partes mais escuras e frias dos polos da Lua guardam depósitos de gelo.
Na publicação, é possível ler: No pólo sul, a maior parte do gelo está concentrada nas crateras lunares, enquanto o gelo do pólo norte é mais amplo, mas espalhado de forma esparsa.
Mas por que a presença de grandes quantidades de água é algo tão valioso? Porque a existência de um suprimento de H2O pode viabilizar a presença humana fora do planeta Terra.
Com água, cientistas podem produzir combustíveis para foguetes, oxigênio para respiração humana, etc. Ou seja, caso a missão à Lua, de qualquer um desses países, seja bem sucedida e encontre os recursos esperados, a Lua será o primeiro passo para que a humanidade vá mais longe e explore outros lugares do Sistema Solar depois, incluindo outros planetas.
O que já sabemos das novas missões à Lua
Bem, já sabemos que Japão e Israel falharam recentemente em suas tentativas. No último sábado (19), a missão russa Luna-25 infelizmente também chegou ao fim. A nave não tripulada sofreu uma falha catastrófica e acabou se chocando ao satélite.
A próxima a tentar será a Índia. No dia 14 de julho, o país lançou a Chandrayaan-3, que está prevista para pousar nesta quarta-feira (23). Com apoio da agência espacial europeia ESA e da NASA, amissão leva um lander e um rover para explorar a superfície da Lua.
Os Estados Unidos se prepara para voltar à superfície lunar. Até o momento, a Artemis 1 foi bem sucedida em dar uma volta ao redor do satélite no ano passado. O país quer repetir o feito com tripulação na Artemis 2 ano que vem. Mas a missão Artemis 3, que deve tentar pousar na Lua, deve ser realizada apenas em 2025 ou 2026.
A missão estadunidense deve incluir o primeiro homem negro e a primeira mulher a pisarem na Lua, caso seja bem sucedida. A Artemis 3 usará a nave Starship, da Space X de Elon Musk.
A China também planeja um retorno à Lua, mas apenas nos anos 2030. Contudo, o país tem tido sucesso em suas missões robóticas no satélite. A missão Chang'e 4, inclusive, foi ao lado oculto da Lua, e a Chang'e 5 conseguiu trazer rochas para a Terra.
Mas, então, a China já não "ganhou" a nova corrida espacial? Não. É preciso mais para isso.
O objetivo das novas missões é estabelecer presença humana
As novas missões de exploração lunar não querem apenas voltar a pisar na Lua ou trazer amostras para pesquisas. O objetivo agora é construir uma estação espacial na órbita do satélite no decorrer das próximas décadas e estabelecer presença humana.
Até hoje, os países que já tiveram missões bem sucedidas à Lua são Estados Unidos, China e Rússia.
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