Uma prótese de mão biônica que utiliza eletrodos e inteligência artificial é capaz de reproduzir 80% das funções naturais da mão. O modelo experimental, chamado de Mia Hand, foi fundido aos ossos, nervos e músculos residuais de Karin, uma sueca que perdeu o membro em um acidente com uma máquina agrícola há mais de 20 anos.
Karin é uma das três pacientes inscritas no projeto deTOP, um estudo financiado pela União Europeia com o objetivo desenvolver a nova geração de membros biônicos. A mulher, que já usa a prótese há quatro anos, consegue controlar cada dedo individualmente e é capaz de sentir a pressão e a textura dos objetos.
Além disso, viu uma redução significativa nas dores agudas que sentia no membro-fantasma. “Parecia que eu estava constantemente com a mão em um moedor de carne, o que criava um alto nível de estresse”, explicou Karin, ao site da universidade italiana Scuola Superiore Sant'Anna, uma das instituições envolvidas no projeto.
Algo que, provavelmente, não aconteceria com uma prótese tradicional, que, segundo a paciente, são pouco funcionais, pesadas e desconfortáveis.
Como funciona a mão biônica
Antes da cirurgia, Karin passou por um processo de fortalecimento dos ossos do antebraço. Também teve que treinar os comandos da mão em um sistema de inteligência artificial.
Só então, o tecido e ossos residuais foram modificados cirurgicamente para se integrar com perfeição à prótese. Eletrodos foram implantados em nervos e músculos e a tecnologia de inteligência artificial é usada para a interpretação dos comandos.
O processo envolveu uma equipe multidisciplinar de engenheiros e médicos. A missão de criar uma interface homem-máquina funcional parece estar sendo bem-sucedida.
“Ao combinar a osseointegração com cirurgia reconstrutiva, eletrodos implantados e IA, podemos restaurar a função humana de uma forma sem precedentes”, explicou o pesquisador afiliado do MIT e professor da Universidade de Gotemburgo Rickard Brånemark ao site da Scuola Superiore Sant'Anna.
Karin foi a primeira pessoa com amputação abaixo do cotovelo a receber esse novo conceito de mão biônica. No entanto, ainda não se sabe quando outros pacientes poderão se beneficiar dessa associação da tecnologia com a medicina.
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