Elon Musk está novamente envolvido em uma disputa legal, desta vez com a produtora do filme Blade Runner 2049. A Alcon Entertainment entrou com uma ação no Tribunal Distrital dos EUA, em Los Angeles, na última segunda-feira, processando Musk, a Tesla e a Warner Bros. Discovery.
O motivo seria o uso indevido de imagens protegidas por direitos autorais para promover o novo "robotaxi" da Tesla, o Cybercab, através de fotos geradas por IA.
Pedido para usar imagens do filme foi negado
Cena pode ser vista no vídeo acima, a partir de 5:47
De acordo com a denúncia, conforme reportou a página Mashable, os réus teriam solicitado permissão para utilizar uma imagem estática de Blade Runner 2049, dirigido por Denis Villeneuve, como parte da promoção do veículo autônomo durante o evento "We, Robot", transmitido ao vivo dos estúdios da Warner Bros. em Burbank, Califórnia, no dia 10 de outubro.
No entanto, a Alcon revelou ter recusado a solicitação e "se opôs veementemente" ao uso da imagem, deixando claro que não desejava "qualquer afiliação entre Blade Runner 2049 e a Tesla, Musk ou qualquer empresa de sua propriedade."
Para a surpresa da produtora, mesmo após negar o pedido, uma imagem aparentemente gerada por IA muito semelhante a uma importante cena do filme fez parte da apresentação das novidades da Tesla.
A Alcon Entertainment alega que Musk e a Tesla contornaram a recusa com o uso de "uma imagem falsa gerada por IA" para simular a estética do filme. A produtora sustenta que os réus alimentaram a IA com imagens da cena solicitada e, em seguida, criaram uma versão estilizada da sequência.
A sequência icônica e o uso indevido
A sequência de Blade Runner 2049 em questão é uma das "mais memoráveis" do filme, de acordo com a Alcon. Ela mostra o personagem K, interpretado por Ryan Gosling, caminhando pelas ruínas de uma Las Vegas devastada, com a paisagem iluminada por um intenso brilho laranja causado pela destruição nuclear.
A produtora ressalta que esta cena é fundamental na construção da atmosfera do filme, e o uso de uma versão alterada dessa imagem para promover um produto, após a permissão ter sido negada, caracteriza-se como "uma jogada de má-fé e intencionalmente maliciosa" para "tornar o conteúdo afetado e rígido do evento conjunto WBDI-Tesla mais atraente para o público global e para se apropriar indevidamente da marca Blade Runner 2049 para ajudar a vender Teslas".
A empresa ainda apontou outra evidência de que o uso da imagem semelhante à de Blade Runner 2049 por Musk "não foi coincidência": o fato de o longa ter sido "o único filme específico de Hollywood que Musk realmente discutiu para lançar seu novo cybercab totalmente autônomo e movido a IA".
Durante a apresentação e enquanto a imagem aparecia no telão, Musk citou diretamente a franquia Blade Runner.
“Você vê muitos filmes de ficção científica em que o futuro é sombrio e deprimente. Não é o tipo de futuro no qual você quer estar. Eu adoro Blade Runner, mas não sei se queremos esse futuro. Acho que queremos aquele sobretudo que ele está usando, mas não o apocalipse sombrio”, afirmou o empresário na ocasião.
Além dos direito autorais
Além das questões de direitos autorais, a Alcon demonstrou não querer que seus filmes tenham relação alguma com o comportamento "problemático" de Musk, conforma a produtora descreveu. O documento judicial destaca o "comportamento amplamente politizado, caprichoso e arbitrário" do bilionário, que, segundo a produtora, pode "se transformar em discurso de ódio."
A Alcon finaliza a acusação argumentando que "qualquer marca prudente que considere uma parceria com a Tesla deve avaliar cuidadosamente essas atitudes."
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