A cratera Batagaika, também conhecida como “Portal para o Inferno”, está localizada na cordilheira Chersky na região nordeste da Sibéria, e é considerada a maior queda de degelo retrogressivo (RTS, na sigla em inglês) do mundo, com mais de 87 hectares (cerca de 870 mil metros quadrados) - dados registrados em 2023.
Como explica o New Atlas, a Batagaika não é exatamente uma cratera, mas, na verdade, uma depressão termocástica, um tipo de formação que acontece quando após o derretimento do permafrost — camada de subsolo da crosta terrestre permanece congelada por longos períodos.
A formação foi descoberta em 1991 e tem se expandido em cerca de 35 milhões de pés cúbicos por ano, aproximadamente um milhão de metros cúbicos por ano, conforme revelou um estudo recente publicado na revista Geomorphology. O vídeo abaixo mostra a evolução do Batagaika desde 1991 até 2017.
Os pesquisadores calculam que o Batagaika está congelado há 650 mil anos e tem cerca de 50 metros de profundidade - com áreas que chegam a até 100 metros.
A rápida degradação do Batagaika causa preocupação, pois a matéria orgânica presente, que não é mais preservada pelo gelo, decompõe-se, liberando carbono e metano na atmosfera e aumentando ainda mais o aquecimento atmosférico.
Conforme reportou a agência de notícias alemã Deutsche Welle, estimasse que o degelo do Batagaika libera cerca de 5 mil toneladas de carbono por ano. Pesquisadores calculam que a formação liberou cerca de 169,5 mil toneladas de carbono orgânico desde 1970.
A degradação também resulta em problemas de infraestrutura nas regiões próximas, como encurvadura de estradas e casas.
Além disso, o aumento desta formação pode liberar insetos antigos e vírus de mais de 50 mil anos em estado de dormência. Como destaca o New Atlas, acredita-se que, em 2016, um degelo de permafrost liberou o Bacillus anthracis, uma bactéria causadora do antraz, infecção que causou matou cerca de 2.649 renas na Sibéria.
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