Um experimento incomum realizado por uma entusiasta chinesa chamou a atenção da comunidade de hardware ao utilizar nada menos que um ar-condicionado convencional de 12.000 BTUs para resfriar um computador com componentes topo de linha.
O sistema, equipado com uma placa de vídeo GeForce RTX 4090 e um processador Intel Core i9-13900K, registrou temperaturas de até 2°C no hotspot da GPU durante testes intensos, como o FurMark. O feito foi documentado em uma rede social chinesa e discutido em diversos fóruns especializados, como o Tom's Hardware e o Wccftech.
![Bilibili temp 1](https://cdn.techshake.com/imagens/bilibili-temp-1.jpg?class=article)
A RTX 4090, conhecida por consumir até 500W de energia sob carga máxima, opera normalmente entre 60°C e 80°C com sistemas de resfriamento tradicionais. No experimento, a entusiasta posicionou o ar-condicionado fora do ambiente, direcionando o fluxo de ar frio diretamente para dentro do gabinete. Embora os detalhes técnicos sobre o resfriamento do processador não tenham sido divulgados, o resultado na GPU superou expectativas — mesmo gerando debates sobre riscos de condensação.
![Bilibili 4090](https://cdn.techshake.com/imagens/bilibili-4090.jpg?class=article)
Próximos testes
A próxima etapa do projeto é ainda mais ambiciosa: a chinesa planeja usar o mesmo método para resfriar uma futura GeForce RTX 5090 combinada com um Intel Core i9-14900K. A combinação desses componentes pode demandar até 1.000W de energia, segundo cálculos.
![BiliBili 5090](https://cdn.techshake.com/imagens/bilibili-5090.jpg?class=article)
Essa iniciativa chamou a atenção ao levantar questões importantes sobre a viabilidade de soluções, digamos, nada convencionais para dissipação de calor em um hardware de alto desempenho, além do elevado consumo de energia.
Especialistas apontam alguns desafios. O uso de ar-condicionado em resfriamento extremo consome até 15 vezes mais energia do que sistemas de liquid cooling ou os modelos tradicionais a ar. Além disso, temperaturas muito baixas - abaixo do ponto de orvalho - podem formar umidade no interior do PC, o que pode danificar os componentes.
Um estudo da Nvidia divulgado em 2023 recomenda que GPUs operem acima de 10°C para evitar degradação prematura, o que coloca em xeque a segurança do experimento chinês a longo prazo.
Apesar das críticas, o experimento reflete uma busca crescente por métodos bastante criativos de resfriamento, impulsionada pelo aumento no TDP de componentes. A AMD e a Intel já sinalizaram que próximas gerações de CPUs e GPUs exigirão soluções térmicas ainda mais eficientes, o que causa alguma preocupação nos usuários. Enquanto isso, fabricantes como a Corsair e a NZXT investem no desenvolvimento de coolers de alta capacidade.
Iniciativas como essa, ainda que "divertidas", são impressionantes e servem mais como demonstração técnica do que como modelo prático para usuários comuns. Resta saber quais soluções a indústria adotará diante de custos energéticos e ambientais.
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