Parece uma casa na floresta, mas é uma usina de microrreator nuclear

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo

A Oklo Inc., empresa conhecida por trabalhar com reciclagem de combustível nuclear, apresentou uma proposta audaciosa para o uso do microrreator de fissão nuclear Aurora: transformar locais de reatores nucleares em centros comunitários.

Com apoio do CEO da OpenAI, Sam Altman, o projeto conta com um reator inovador que promete não apenas segurança, mas também a possibilidade de criar ambientes onde pessoas possam socializar, mergulhar em piscinas aquecidas e até mesmo compartilhar um café à luz da energia nuclear.

Segurança de utilização e para o meio ambiente

microrreator nuclear
Microrreator nuclear da Oklo (Imagem: Divulgação / Oklo)

Projetado para ser sustentável e de baixa manutenção, o microrreator Aurora destaca-se pela operação “quase sem supervisão”, podendo gerar até 1,5 MW, energia suficiente para aproximadamente 1.000 residências em condições ideais.

Comparado aos tradicionais reatores modulares (SMRs) de 50 a 125 MW e aos reatores nucleares convencionais, que chegam a 8.200 MW, o Aurora é compacto e pensado para atender regiões remotas, conforme noticiado pela página New Atlas.

Em termos de segurança, o Aurora funciona com um núcleo selado e sem partes móveis, garantindo um resfriamento seguro e desligamento sem intervenção humana. Sua operação é contínua, com recargas a cada 20 anos, enquanto seu combustível, urânio-235 de baixo enriquecimento e alto teor (HALEU), é reciclado a partir de material radioativo existente.

Graças a essa estratégia de reciclagem, o Aurora reduz o passivo de resíduos nucleares. O microrreator produzirá quase exatamente zero emissões de efeito estufa. Ao usar combustível nuclear reciclado, ele, na verdade, diminui a quantidade de resíduos nucleares existentes. Em outras palavras, ele é seguro para o uso humano e para o meio ambiente.

Excedente de calor pode ser usado para outras tarefas importantes

microrreator nuclear
Microrreator nuclear da Oklo (Imagem: Divulgação / Oklo)

Outro aspecto é o aproveitamento de calor residual gerado pelo processo de fissão, com eficiência energética total de até 90%. Sistemas de trocas de calor são integrados para utilizar o calor excedente em outros usos práticos, como aquecimento de edifícios, dessalinização de água do mar, estufas e processos industriais, aumentando a utilidade e eficiência do microrreator.

Com design diferenciado, o Aurora se assemelha mais a um chalé do que a uma usina nuclear convencional, dispensando torres de resfriamento. Painéis solares no telhado abastecem sistemas não nucleares da instalação, conferindo autossuficiência energética.

O foco do Oklo para a instalação do microrreator está em comunidades isoladas, bases militares e postos de pesquisa, locais onde reatores nucleares tradicionais são inviáveis. A Oklo planeja sua primeira instalação comercial próxima ao Idaho National Laboratory (INL), que fornecerá combustível nuclear reciclado do reator EBR-II.

A aprovação do Departamento de Energia dos EUA ao projeto conceitual da Unidade de Fabricação de Combustível da Oklo coloca a empresa no caminho para inaugurar a primeira unidade Aurora em 2027.

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Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora ávida de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades deste mundo.
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