Novo vazamento indica que Google rastreia usuários para aprimorar pesquisas

Adriano Camargo
Adriano Camargo

O Google, uma das plataformas mais acessadas globalmente, enfrenta uma nova controvérsia após um vazamento de dados gigante revelar segredos de seu sistema de pesquisa. A divulgação inclui detalhes sobre o ranqueamento de páginas e os motivos por trás da criação do navegador Google Chrome.

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Imagem: Google

O vazamento de informações foi recebido por Rand Fishkin, cofundador do portal SparkToro, no dia 5 de maio. A origem das informações é atribuída a Erfan Azimi, fundador da EA Eagle Digital, que enviou a documentação por e-mail.

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Forma do Google classificar visitas aos sites durante uma pesquisa (Imagem: SparkToro)

A autenticidade dos documentos foi confirmada por vários portais de tecnologia, incluindo The Verge, além de três ex-funcionários do Google e Mike King, fundador do iPullRank.

Documentação revelada

Durante uma chamada de vídeo, Erfan Azimi apresentou mais de 2.500 páginas de documentação da Content API Warehouse interna da Pesquisa do Google, contendo 14.014 recursos. Esses documentos detalham métodos de detecção de visitas a páginas da web e práticas que o Google teria negado utilizar.

Rand Fishkin, ao analisar a documentação, descobriu que o Google rastreia a navegação dos usuários para determinar o tempo de permanência em cada página após um clique nos resultados de pesquisa. Esse método influencia diretamente o ranqueamento, priorizando páginas com maior tempo de visita.

Impactos do vazamento

Azimi afirmou que o objetivo do vazamento é aumentar a transparência e responsabilizar o Google pelo impacto global de suas práticas. Ele também busca desmentir alegações feitas pelos representantes da empresa.

Os dados foram publicados no GitHub em 27 de março deste ano, permanecendo acessíveis até 7 de maio. Azimi apenas divulgou informações que já estavam disponíveis publicamente após serem vazadas por uma fonte anônima.

A documentação sugere que o Google criou o Chrome para obter um fluxo completo de cliques de bilhões de pessoas, rastreando a navegação dos usuários. O Chrome, que domina mais de 64% do mercado de navegadores, é uma peça crucial nessa estratégia.

Recursos e ferramentas

Os documentos vazados mencionam recursos como o ranqueador NavBoost e listas de buscas potencialmente problemáticas envolvendo temas sensíveis como eleições e a pandemia de COVID-19. Também foram revelados sistemas de pontuação de consultas por usuário, influenciando os resultados com base na atividade online.

E agora?

Erfan Azimi e Rand Fishkin planejam revelar mais detalhes sobre o vazamento no evento SparkTogether 2024, que ocorrerá em 8 de outubro, em Seattle, nos EUA.

O Google (e seus representantes) não comentaram sobre o vazamento até o momento. Há indicações de que o Google pode ter lançado uma nova versão de sua API, já que a documentação vazada se refere a agosto de 2023.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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