Uma nova ferramenta de Inteligência Artificial (AI) desenvolvida no Japão pode identificar se um funcionário está próximo de pedir demissão. De acordo com os pesquisadores responsáveis pela nova IA, o objetivo é ajudar os gestores a fornecer apoio necessários aos funcionários para estimulá-los a seguir no emprego.
Como funciona a nova IA
A nova IA foi criada pelo professor Naruhiko Shiratori, da Tokyo City University, com uma start-up sediada na capital japonesa. Ela analisa dados dos funcionários como registo de frequência e informações pessoais como idade e género. A ferramenta, então, une a estes dados detalhes sobre funcionários que já deixaram a empresa anteriormente.
A partir da análise desse conteúdo, a IA consegue criar um modelo de rotatividade para cada empresa capaz de avaliar dados sobre novos recrutas e prever se há ou não risco daquele funcionário desistir do emprego.
“Atualmente estamos testando a ferramenta de IA com diversas empresas, criando um modelo para cada uma”, revelou Shiratori, especialista em educação mediática, à AFP na última sexta-feira (19). Segundo o professor, a IA indica a probabilidade de cada funcionário deixar seu emprego em pontos percentuais.
Os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento da nova IA se basearam em um estudo anterior que utilizou a tecnologia para prever as características dos estudantes universitários com probabilidade de abandonarem os estudos. Agora, a equipe também planeja atualizar esta ferramenta de IA para focar em novos funcionários, analisando informações de entrevistas de emprego, bem como suas características e históricos pessoais.
Ferramenta de IA só será útil se empresa estiver aberta a ajudar
A principal motivação para criar a IA foi a alta rotatividade de funcionários no Japão. Tradicionalmente, todas as empresas japonesas contratam licenciados na mesma época todos os anos. De acordo com dados do Ministério do Trabalho japonês, contudo, cerca de 1 em cada 10 recrutas recém-saídos da faculdade abandonou o emprego no espaço de um ano. E cerca de 30% seguiram o mesmo caminho dentro de 3 anos.
Segundo Shiratori, a partir dos dados obtidos pela IA, os chefes poderiam “sugerir ao funcionário de alto risco – sem mostrar um número bruto, o que poderia ser chocante para ele ou ela – que a empresa está pronta para oferecer apoio, porque a IA sugeriu que eles podem estar enfrentando dificuldades”.
As empresas que decidirem utilizar a IA, contudo, precisam estar cientes de que a ferramenta só será útil se, de fato, os gestores estiverem abertos a analisar o que podem melhor no ambiente de trabalho. Essa iniciativa, inclusive, pode ser feita também por outros meios, como questionários de satisfação e diálogo próximo. Todos, entretanto, só funcionam se a empresa estiver disposta a mudar a situação que causa insatisfação.
FIQUE POR DENTRO!
