Nesta quinta-feira (19), a Nokia anunciou a decisão de cortar até 14 mil empregos, o que equivale a 16% de sua força de trabalho atual. Após o comunicado, a empresa finlandesa viu suas ações caírem 2%, número que ainda pode vir a aumentar.
De acordo com a Nokia, o principal motivo para as demissões foi a necessidade de cortar custos. No terceiro trimestre, a empresa registrou uma grande queda de vendas de dispositivos 5G nos Estados Unidos.
"A situação do mercado é realmente desafiadora"
Há muito anos, os Estados Unidos figuram como um dos mercados mais lucrativos da Nokia. Por este motivo, a redução de lucro no terceiro trimestre de 2023 atingiu a empresa de forma significativa.
"A situação do mercado é realmente desafiadora, sendo testemunhada pelo fato de que em nosso mercado mais importante, que é o mercado norte-americano, nossas vendas líquidas caíram 40% no terceiro trimestre", explicou Pekka Lundmark, presidente-executivo da Nokia, à Reuters.
Sem esperanças para uma recuperação do mercado estadunidense muito em breve, a empresa de equipamentos de redes de telecomunicações decidiu reduzir sua base de funcionários de 86 mil para algo entre 72 ou 77 mil. A expectativa é de que o corte proporcione uma economia de até 400 milhões de euros em 2024 e mais 300 milhões em 2025.
“Continuamos a acreditar no mercado de médio e longo prazo, mas não vamos ficar sentados esperando e rezando para que o mercado se recupere tão cedo. Simplesmente não sabemos quando ele irá se recuperar”, afirmou Lundmark.
Equipamentos de banda média poderiam recuperar o mercado?
Em uma declaração feita na última terça-feira, a Ericsson também anunciou a demissão de milhares de funcionários este ano. A empresa, que tem os Estados Unidos como um de seus principais mercados assim como a Nokia, afirmou que a incerteza deve afetar seus negócios pelo menos até 2024.
O comportamento do mercado estadunidense levou tanto a Nokia quanto a Ericsson a procurar crescimento em outras regiões, como a Índia, que teve um 2022 estelar no mercado de tecnologia. Contudo, a expectativa é de que a economia do país volte a se normalizar, sem outros grandes crescimentos na área.
Para o presidente-executivo da Nokia, investir em equipamentos de banda média mais rápidos poderia ser uma estratégia para a recuperação do mercado e para ajudar a lidar com o crescimento do tráfego de dados.
“Atualmente, apenas 25% das estações base 5G no mundo fora da China possuem banda média”, explicou Lundmark.
Muitas operadoras deram início à implantação do sinal 5G com equipamentos de banda baixa. Esses dispositivos oferecem velocidades mais baixas, mas têm menor custo. Para Lundmark, já que essa manobra não mostrou os resultados esperados, o investimento em equipamentos de banda média com velocidades 5G mais altas pode ser a saída.
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