NASA vai mapear diferentes formas de água que há na Lua

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo

Em outubro deste ano, a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) vai lançar a missão Luna Trailblazer para explorar os possíveis diferentes reservatórios de água na Lua.

A missão vai estudar forma, distribuição, abundância e origem das águas presentes no satélite terrestre. A partir desses dados, será possível obter uma maior compreensão da água no sistema Terra-Lua, o que é fundamental para futura explorações espaciais.

Por que o estudo das águas na Lua é tão importante

Missão indiana Chandrayaan-3 pousando na lua no dia 23 de agosto (Imagem: Indian Space Research Organization)

Feita entre 2008 e 2010, a descoberta de que existe água na Lua reascendeu o interesse no estudo do satélite por muitos anos seguintes. De fato, este ano temos acompanhando diferentes países em meio a uma "corrida lunar". A missão indiana Chandrayaan-3 alcançou um pouso bem sucedido. Recentemente, a Índia fez história se tornando o quarto país a pousar na Lua e o primeiro a acessar o polo Sul do nosso satélite.

Outros países, como Estados Unidos e China, também possuem missões planejadas. E todas elas possuem um objetivo principal em comum: estudar as formas de água na Lua. A longo prazo, os resultados desses estudos podem possibilitar a presença humana no satélite e a criação de bases espaciais para estudar novas missões a outras partes do universo.

Que tipos de água podem existir na Lua

Nas pesquisa que constaram a presença de água na Lua, espectrômetros infravermelhos encontrou OH/H2O no lado da Lua iluminado pelo Sol. Mas o impactor LCROSS foi capaz de comprovar a presença de água gelada em regiões sombreadas da Lua, ainda inexploradas.

De acordo com as pesquisas da equipe da Trailblazer, as fontes de água a serem analisadas podem incluir:

  • Água externa: que chegaram até a Lua por meio de asteroides e cometas
  • Água do manto interno: presente desde a formação do satélite e liberada a partir de processos geológicos naturais do subsolo lunar.
  • in situ: água criada na superfície a partir de interações da Lua com o plasma do vento solar
Infográfico da NASA sobre o possível ciclo lunar da água. (Imagem: NASA/Ciência Espacial de Tradução)

No gráfico acima, a NASA expôs as possíveis etapas de um ciclo da água na Lua.

Como a Trailblazer vai analisar a água na Lua

A missão Trailblazer vai detectar e mapear a água na superfície lunar a partir da instalação de avançados sensores infravermelhos na órbita da Lua. A partir desses recursos, será possível determinar forma, abundância e distribuição da água em função de maturidade do solo, litologia (estudo especializado de rochas e suas camadas) e latitude.

Ao compreender a origem dos diferentes tipos de água na Lua, será possível estudar formas de captação, armazenamento e reaproveitamento desta água no futuro, conforme feito na Terra.

Infográfico da estratégia de aquisição de dados do Lunar Trailblazer (Imagem:Filo Merid (PCC/Caltech))

Já a compreensão de suas propriedades termofísicas da superfície lunar poderá guiar os pesquisadores sobre futuras regiões de pouso e ajudar no estudo sobre a evolução térmica da Lua.

A missão Trailblazer vai estudar tanto as águas presentes nas regiões iluminadas da Lua quanto tentar determinar a existência de gelo em regiões sombreadas. Para compreender o papel desses reservatórios no ciclo lunar da água, será fundamental analisar a quantidade de gelo presente, sua pureza, contexto geológico e topográfico e outras informações.

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Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora ávida de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades deste mundo.
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