Meta suspende suas ferramentas de IA generativa no Brasil, incluindo o criador de figurinhas

 William Schendes
William Schendes

A Meta informou na última quarta-feira (17) que interrompeu o acesso aos recursos de inteligência artificial (IA) generativa em suas redes sociais, após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibir que a big tech utilizasse dados de brasileiros para treinar seus sistemas.

A medida foi tomada por conta de uma atualização recente na política de privacidade das redes sociais da Meta, que permitia que as plataformas coletassem informações públicas e conteúdos compartilhados por usuários para treinar seus sistemas. A ANPD considerou que a nova prática da empresa violava a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Meta suspende suas ferramentas de IA generativa no Brasil, incluindo o criador de figurinhas
(Imagem: Divulgação/ WhatsApp)

Dessa forma, recursos de IA generativa que estavam sendo implementados no Instagram, Facebook e WhatsApp não estarão mais disponíveis no país.

Em comunicado, a empresa explicou que decidiu suspender suas ferramentas de IA generativa enquanto trabalha com a ANPD para responder os questionamentos da autoridade sobre suas tecnologias.

Como observa o jornal O Globo, a decisão de suspender os recursos é similar à postura da empresa na União Europeia, após autoridades questionarem aspectos de privacidade da nova política de privacidade da empresa. Dessa forma, a chegada do novo chatbot de IA, o Meta AI, foi suspensa nos países da UE.

Para o Brasil, a Meta planejava lançar neste mês diversos recursos próprios de IA, incluindo o chatbot de IA generativa para o WhatsApp, Facebook e Instagram.

Com a suspensão, uma das ferramentas de IA já lançadas no Brasil, o criador de figurinhas, até então disponível para Instagram e WhatsApp, não poderá ser utilizado.

Uma reportagem da Folha de São Paulo revelou que o criador de figurinhas apresentava sérios problemas de representação, gerando imagens envolvendo drogas, personagens protegidos por direitos autorais, além de possuir um viés racista, utilizando pessoas negras quando solicitado para gerar imagens de pessoas segurando fuzis.

FIQUE POR DENTRO!

 William Schendes
William Schendes
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Escreve sobre tecnologia, games e ciência desde 2022. Tem experiência com hard news, mas também produziu artigos, reportagens, reviews e tutoriais.
recomenda: