Inteligência artificial pode ajudar no combate à violência doméstica; entenda

Taysa Coelho
Taysa Coelho

A startup britânica Untrite AI criou um modelo de inteligência artificial que busca tornar mais eficiente o atendimento de chamadas de emergência. A tecnologia pode reduzir em 29% o tempo de trabalho dos atendentes.

O serviço pode ser muito útil em casos de violência doméstica, quando a vítima conhece o suspeito. Ao fornecer nome e data de nascimento do agressor ao operador, o software faz uma pesquisa no banco de dados e descobre se tem antecedentes criminais e porte de armas.

A ideia não é substituir o atendente humano, mas, sim, auxiliá-lo. “A IA pode melhorar significativamente a eficiência operacional e a tomada de decisões nestes ambientes de alta pressão”, explica Kamila Hankiewicz, executiva-chefe e cofundadora da Untrite, no site da empresa.

Mulher segura o celular do lado esquerdo do rosto com cara de preocupação

“O modelo de IA analisa muitas informações, a transcrição e o áudio da chamada, e produz uma pontuação de triagem, que pode ser baixa, média ou alta", disse Hankiewicz à BBC News. Uma pontuação alta significa que deve haver um policial no local em até 10 minutos.

O programa tem sido bem-sucedido nos testes simulados feitos durante três meses. Tem utilizado a base de dados dos últimos dois anos da Polícia de Humberside, na Inglaterra, relacionados a chamadas de violência doméstica.

IA na segurança não é novidade

Por aqui, a inteligência artificial já vem auxiliando as autoridades nos últimos anos, com softwares de reconhecimento facial. A tecnologia é usada para encontrar foragidos em multidões, como o Carnaval de rua em Salvador e Réveillon no Rio de Janeiro.

As imagens capturadas pelas câmeras são enviadas para um banco de dados com rostos de possíveis criminosos. A inteligência artificial cruza as imagens com os dados para descobrir se a pessoa filmada é um foragido ou não.

Apesar de interessante, o uso da tecnologia preocupa. Tanto no Brasil quanto em outros países, a IA se mostra falha ao identificar rostos de pessoas negras, o que pode ocasionar a prisão de inocentes. Além disso, o rastreio é considerado como uma invasão de privacidade por muitos críticos.

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Taysa Coelho
Taysa Coelho
Movida pela curiosidade, adora conhecer coisas novas e acredita que, por isso, se tornou jornalista. No tempo livre, gosta de ir à praia, ler, ver filmes e maratonar séries. Carioca formada pela UFRJ, atualmente vive em Portugal, país que adotou.
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