Um estudante de pós-graduação da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, decidiu usar um modelo de Inteligência Artificial para analisar diferentes dados do período dos dinossauros e concluir o que foi responsável pela sua extinção. E para a IA, não foi o asteroide.
A pesquisa, publicada na Revista Science, usou registros fósseis dos animais e dados geológicos e climáticos da época. A tecnologia chegou a cerca de 300 mil cenários diferentes, mas apontou qual deles é o mais provável.
Para IA, impacto do asteroide fez relativamente pouca diferença
O sistema usado no estudo foi desenvolvido pelo estudante de pós-graduação Alex Cox e seu supervisor, Dr. Brenhin Keller. A partir dos dados citados acima, a IA conseguiu analisar mudanças nos níveis de dióxido de carbono e dióxido de enxofre que aconteceram na atmosfera no decorrer de um período de 2 milhões de anos antes e depois do fim do Cretáceo, bem como as consequências para a temperatura do planeta.
Para a IA, o impacto do asteroide fez relativamente pouca diferença no que condiz a alterações nos níveis climáticos de carbono e enxofre na atmosfera, o que não seria suficiente para matar todos os dinossauros do planeta. Apesar disso, o estudo admite que a queda do asteroide pode ter prejudicado a cadeia alimentar de outras formas.
Mas a conclusão final é que o responsável mais provável pelo fim dos dinossauros foi a atividade vulcânica e as mudanças climáticas causadas por esta atividade.
"Nosso modelo trabalhou com os dados de forma independente e sem viés humano para determinar a quantidade de dióxido de carbono e dióxido de enxofre necessária para produzir as interrupções climáticas e do ciclo do carbono que vemos no registro geológico", afirmou o Dr. Brenhin Keller.
Discussão sobre a atividade vulcânica já existia (e deve continuar)
Apesar de a teoria sobre o asteroide ser amplamente espalhada e estudada pelo mundo, alguns cientistas já discordavam disso e apontavam a atividade vulcânica como provável responsável pela extinção em massa dos dinossauros.
Assim como o novo estudo, esses cientistas não negaram a colisão do asteroide com nosso planeta, até porque há provas do evento, como a cratera causada pelo impacto e fósseis do dia do terrível acontecimento. Mas esses estudiosos defendem que a extinção dos dinossauros, na verdade, foi um processo lento.
E este processo teria sido causado por um desequilíbrio natural provocado por atividades vulcânicas, a partir de uma análise de vários fatores. A comunidade científica em geral, contudo, segue discordando da teoria, mesmo com o novo estudo.
A pesquisa recebeu críticas de diferentes cientistas. A forma como a pergunta foi formulada para a IA e até dados sobre as temperaturas globais inseridas no sistema foram questionados pelos especialistas.
Além disso, eles destacaram que há várias outras formas de o asteroide ter causado a morte dos animais, mesmo que se comprove que a colisão não afetou tanto a composição atmosférica.
FIQUE POR DENTRO!