Cientistas da Universidade Técnica da Dinamarca desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial capaz de fazer previsões sobre os próximos anos de vida de uma pessoa. Isso inclui comportamentos, o que esta pessoa pode pensar e sentir e até se ela pode vir a morrer neste período.
Previsões são feitas com base na história de vida da pessoa
Conforme explicado no estudo publicado esta semana na revista Nature Computational Science, o modelo de algoritmo chamado life2vec foi alimentado com informações de mais de 6 milhões de pessoas reais.
Com origem de um registro de dados da Dinamarca no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2015, essas informações incluíram local de residência, profissão, rendimentos, quantidade de filhos, lesões, estudos, problemas de saúde, relacionamentos, hábitos diários, entre vários outros detalhes.
A partir de técnicas de processamento de linguagem, o life2vec foi capaz de interpretar frases com base nos dados e mapear os múltiplos fatores de compõem a vida de diferentes pessoas e utilizar aprendizado de máquina.
De acordo com Sune Lehmann, principal autor do estudo e professor da Universidade Técnica da Dinamarca, o algoritmo foi capaz de fazer previsões sobre comportamentos, sentimentos e até pensamentos dessas pessoas nos próximos anos.
Já para tentar prever se uma pessoa poderia morrer dentro dos próximos 4 anos, a equipe de cientistas usou dados de 2,3 milhões de pessoas entre 35 e 65 anos de idade, uma faixa etária na qual costuma ser mais difícil calcular taxa de mortalidade.
Já alimentado com esses dados, o life2vec analisou a vida de outras 100 mil pessoas para calcular a probabilidade de cada uma de sobreviver após 2016. Metade do grupo de análise foi composto por participantes que já haviam falecido, e a outra metade segue viva.
Apesar de não saber dessa divisão previamente, o algoritmo conseguiu responder corretamente 78% das vezes quando questionado quais participantes já haviam morrido.
Se chegar a ficar disponível para o público, o algoritmo poderia ajudar no alerta para cuidados com a saúde, embora precise ser avaliado se a prática se adéqua a diferentes legislações. Além disso, as leis de privacidade dinamarquesas tornariam a utilização do life2vec ilegal em caso de tomada de decisões como redigir apólices de seguro.
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