Cientistas da Yonsei University College of Medicine, na Coreia do Sul, desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial (IA) com a capacidade de diagnosticar com 100% de precisão Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças.
A pesquisa, que envolveu o estudo de 958 crianças, alcançou o diagnóstico a partir da análise de fotos das retinas dos pacientes.
AI diagnosticou TEA em crianças de 4 a 8 anos
A pesquisa da Universidade de Yonsei estudou especificamente a conexão entre o cérebro e olho, a partir da ligação entre a retina e o nervo óptico. Essa ligação ocorre em uma região chamada de disco óptico, parte do corpo considerada uma extensão do sistema nervoso.
Ao todo, 958 crianças com idades entre 4 e 8 anos participaram do estudo. Metade dos participantes tinham diagnóstico TEA, a outra metade não, sendo um grupo de controle para idade e sexo. Os cientistas tiraram 1.890 fotos das retinas dos participantes.
O algoritmo de IA desenvolvido pela equipe foi treinado com 85% dessas imagens e com dados sobre diagnóstico e severidade do TEA. Os demais 15% das fotos foram utilizadas para testar o algoritmo após a fase de aprendizado. E nesses testes, a IA conseguiu prever a ocorrência de TEA corretamente 100% das vezes.
Em termos de análise da severidade de sintomas, a IA obteve uma performance "aceitável". Em uma pontuação em que 0,7 a 0,8 é considerado um resultado “aceitável” e 0,8 a 0,9 é “excelente”, a tecnologia obteve 0,74.
A pesquisa foi realizada com crianças a partir dos quatro anos de idade porque a retina do ser humano continua a crescer até essa idade. Isso significa, contudo, que esta IA só pode fazer esse diagnóstico em pacientes a partir desta idade.
Caso venha a ser aceita como exame médico oficial futuramente, este algoritmo de IA pode ser de grande utilidade em situações de recursos limitados, como a ausência de um neurologista pediátrico em determinada região, ou em casos de diagnósticos mais complexos.
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