A HONOR anunciou que sua tecnologia de detecção de deepfakes por IA chegará globalmente em abril, integrada a smartphones da linha Magic Series. O sistema, que analisa vídeos e imagens em tempo real, alerta usuários sobre possíveis falsificações, em resposta ao crescimento de 320% em ataques com deepfakes em 2024, segundo o Entrust Cybersecurity Institute.
Crise de conteúdo falso e dados alarmantes
Um relatório apontou que 59% dos consumidores globais não conseguem diferenciar conteúdos reais de gerados por IA. No Brasil, o problema ganhou destaque após casos como vídeos falsos de políticos circulando nas eleições municipais.
A HONOR afirma que seu detector identifica imperfeições em nível de pixel, inconsistências entre quadros e até detalhes como penteado irregular próximo às orelhas — padrões comuns em deepfakes.
Como funciona a detecção em tempo real
A tecnologia, apresentada na IFA 2024, usa algoritmos treinados com milhões de deepfakes gerados por ferramentas como DeepFaceLab e MidJourney. Testes internos da empresa indicaram 92% de precisão na identificação de vídeos falsos. O sistema emite alertas visuais e sonoros, mas não bloqueia o conteúdo automaticamente, deixando a decisão final para o usuário.
A HONOR integra a iniciativa C2PA (Coalizão para Proveniência de Conteúdo), que reúne empresas como Adobe e Microsoft para criar selos digitais que autenticam origens de mídia. A medida visa combater não só deepfakes, mas também notícias falsas e plágio. No entanto, no Brasil apenas 18% dos sites de notícias brasileiros adotam certificação de autenticidade.
Analistas veem potencial, mas ainda pedem cautela. "A detecção de deepfakes em dispositivos móveis é promissora, mas exige atualizações constantes contra técnicas em evolução", afirmou Karina Mello, pesquisadora de cibersegurança entrevistada pelo G1.
Enquanto isso, o projeto de lei brasileiro 2.148/2023, que criminaliza deepfakes maliciosos, aguarda votação no Senado — um sinal de que a regulamentação ainda corre atrás da tecnologia.
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