Google paga quase R$ 25 bilhões por processo de navegação anônima do Chrome

Adriano Camargo
Adriano Camargo

Em um acordo para encerrar uma ação coletiva, o Google concordou em desembolsar nada menos que US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões), por conta da a acusação de rastrear de maneira ilegal a atividade de navegação dos usuários, mesmo quando estes utilizam o modo anônimo.

Além do montante significativo, a gigante tecnológica atualizou (discretamente) a descrição da navegação privada no navegador Google Chrome.

A versão de testes mais recente, 122.0.6251.0, já apresenta a alteração na descrição. A nova redação destaca que os usuários podem navegar com maior privacidade, assegurando que outras pessoas não terão visibilidade de sua atividade durante o modo anônimo.

Termos atualizados (Imagem: Reprodução)

Uma adição crucial ressalta que, mesmo no modo anônimo, a coleta de dados pelos sites visitados, incluindo o Google, permanece inalterada. O aviso alerta explicitamente que a atividade de navegação pode ser visível para os "sites visitados", "empregador ou escola" e "provedor de serviços de Internet".

Os usuários são orientados a compreender que o modo de navegação anônima não garante total privacidade, uma vez que os sites, inclusive o Google, podem continuar coletando dados e rastreando a atividade online - até certo ponto.

É crucial observar que cada vez que uma nova guia anônima é aberta, os sites podem coletar informações sobre a atividade de navegação durante a sessão, conforme confirmado pelo porta-voz José Castañeda ao The Verge.

Como tudo começou

O caso que culminou no acordo teve início em 2020, quando o Google enfrentou uma ação coletiva exigindo US$ 5 bilhões devido à coleta de dados dos usuários por meio do modo de navegação anônima.

Navegação anônima mostrou não ser tão oculta assim (Imagem: Pixabay)

A empresa defendeu-se, alegando que já informava sobre a coleta de dados pelos sites, mesmo no modo anônimo, esclarecimento que agora ganha maior destaque no aviso das guias anônimas.

O acordo será apresentado ao tribunal em janeiro, com a aprovação final prevista para fevereiro, conforme acerto entre o Google e os demandantes no processo.

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Adriano Camargo
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Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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