Embora não intencionalmente, Frank Rubio se tornou o primeiro astronauta dos EUA a passar mais de um ano inteiro no espaço. Parte da tripulação da cápsula Soyuz, Rubio e dois cosmonautas russos Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin ficaram presos na Estação Espacial Internacional (ISS) após um micrometeorito atingir sua nave.
Para realização do resgate, o grupo vai atingir a marca de 370 dias no espaço, com previsão de retornar à Terra no dia 27 de setembro.
Equipe precisou assumir uma nova missão russa para ser resgatada
Após o choque com o micrometeorito, a cápsula onde Rubio, Prokopyev e Petelin viajavam teve um vazamento de refrigerante, uma substância usada para reduzir ou regular a temperatura de um sistema.
Para resgatá-los, a Rússia enviou uma Soyuz vazia ao espaço, mas o trio precisou assumir o trabalho dos cosmonautas e astronautas que originalmente estariam à bordo dessa nova nave.
Com isso, o retorno de Rubio e seus companheiros foi marcado apenas para 27 de setembro, fazendo com que ele se tornasse o primeiro astronauta dos EUA a passar mais de um ano inteiro consecutivo no espaço.
Em uma entrevista ao vivo do espaço com a NASA, Rubio foi questionado se teria aceitado a missão se soubesse previamente de sua atual duração. E a respostas foi honesta.
“Se eles tivessem me perguntado antecipadamente, antes do treinamento, porque você treina por um ou dois anos para sua missão, eu provavelmente teria recusado.Teria doído, mas eu teria recusado”, afirmou Rubio durante uma transmissão ao vivo da ISS.
Segundo o astronauta, os motivos para negar a missão seriam momentos familiares que ele, a princípio, não teria perdido caso o imprevisto não tivesse acontecido.
“Se eu soubesse que teria que perder esses eventos muito importantes, eu apenas teria que dizer ‘obrigado, mas não, obrigado’”, repetiu Rubio.
Quando questionado sobre o que faria primeiro ao voltar para casa, a resposta do astronauta também girou em torno de sua família.
“Abraçar minha esposa e meus filhos será fundamental e provavelmente vou me concentrar nisso nos primeiros dias”, respondeu.
A Soyuz irá pousar no Cazaquistão com o astronauta e os dois cosmonauta. De lá, Rubio segue para os Estados Unidos.
Orgulho de participar de algo para a humanidade
Apesar de admitir que não teria aceitado a missão se soubesse que ela acabaria durando mais que o esperado, Frank Rubio já demonstrou em outras ocasiões sua satisfação em participar de algo tão importante para a humanidade.
"Essa é a minha coisa favorita em estar na estação espacial. Não apenas as pessoas com quem trabalhamos, mas também as coisas que podemos fazer. O que estamos fazendo aqui mais importante é ciência", contou no vídeo divulgado pela NASA (acima).
Conforme o astronauta explica, a missão incluiu a realização de diferentes experimentos científicos voltados para futuramente viabilizar a residência humana no espaço.
"Existem esses experimentos incríveis. Eles são enviados para a estação espacial em nome de equipes de universidades ou centros de pesquisa de todo o mundo, e nós realizamos esses experimentos para os cientistas. [...] A Estação Espacial Internacional oferece uma plataforma realmente única onde podemos estudar a parte mais difícil da exploração espacial, que é a presença humana."
No vídeo, Rubio ainda revelou que seu experimento favorito foi o cultivo de tomateiros. Conforme explicou, a experiência ajudou a equipe a aprender como é possível gerir melhor a água, os nutrientes e utilizar diferentes métodos, como a hidroponia, para cultivar plantas.
O astronauta ainda destacou a emoção de fazer parte de uma missão e uma equipe que pode influenciar gerações futuras de diferentes formas.
"Fazer parte dessa equipe incrível que faz isso acontecer é muito especial. É realmente um grande orgulho fazer parte de uma grande comunidade, de muitos hispânicos que podem inspirar as nossas gerações futuras e especialmente de uma equipe que pode inspirar os jovens a encontrar a ciência."
Para Rubio, mesmo em meio a tantas pesquisas e inovações em pleno espaço, o mais inesquecível ainda foram as experiências humanas.
"Acho que o que mais vou lembrar são dos meus companheiros de tripulação. As equipes com as quais trabalhamos no terreno têm sido fenomenais. Claro que é incrível estar no espaço, mas mais do que tudo, você sente muito orgulho de fazer coisas que ajudarão toda a humanidade", afirmou.
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