Em um período que a eletrificação dos veículos está em alta, a Ford surpreendeu o mercado ao anunciar dois novos motores old school V8 superalimentados e a combustão, focados no nicho de personalização veicular nos EUA.
O grande destaque é o Megazilla 7.3L, com mais de 1.000 cv, projetado exclusivamente para competições, enquanto o Coyote 5.0L, com 800 cv, promete ser homologado para ruas. As informações foram divulgadas em comunicado oficial, mas ainda não há preços confirmados.
Super desempenho
O Megazilla 7.3L chama atenção pelo supercharger Whipple Gen 6 de 3 litros, que eleva sua potência a patamares acima de 1.000 cv. Segundo a Ford, o motor mantém componentes robustos, como pistões e virabrequim em aço forjado, herdados de versões anteriores. Especialistas destacam que, embora o uso seja restrito a pistas, o modelo pode impulsionar a marca em corridas profissionais, competindo com o Hellephant da Dodge, que também oferece 1.000 cv.
Já o Coyote 5.0L, versão turbinada do propulsor do Mustang Dark Horse, chega com supercharger de 3 litros e garantia de dois anos. Com torque estimado em 85 kgfm, o motor é uma aposta para entusiastas que buscam alta performance em vias públicas. Dados indicam que a demanda por motores “street legal” com mais de 800 cv cresceu 22% nos EUA em 2024, impulsionada por marcas como Chevrolet e sua plataforma LT5.
O foco da Ford mira o aquecido mercado de peças de alta performance, avaliado em US$ 9,8 bilhões (cerca de R$ 58 bilhões) globalmente em 2024, segundo a SEMA (Specialty Equipment Market Association). A empresa já lidera em vendas de motores para hot rods e veículos customizados, com participação de 34% nos EUA. A novidade é a oferta simultânea de opções para competição e uso diário, algo que rivais como a GM ainda não equalizaram.
Apesar do foco em potência, analistas questionam a viabilidade técnica do Megazilla em aplicações práticas. Motores acima de 1.000 cv exigem sistemas de refrigeração e transmissão especializados, muitas vezes inviáveis para montadoras independentes. A Ford, porém, garante que o pacote inclui componentes de fácil instalação, similares aos usados em seus carros de corrida oficiais.
Kim Mathers, diretora de performance da marca, reforçou que "a linha Ford Performance prioriza produtos que excitem os fãs". A declaração ecoa a aposta da empresa em nichos premium, enquanto reduz investimentos em veículos elétricos, como admitido em relatório recente aos acionistas.
Os motores estarão disponíveis a partir do quarto trimestre deste ano, sob encomenda em concessionárias e no site da Ford Performance. Resta saber se a potência extrema conquistará o público-alvo ou se será um hype passageiro em um mercado cada vez mais pressionado por regulamentações ambientais.
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