Vídeos de visitantes usando pernas robóticas para escalar a Montanha Tai, na China, viralizaram nas redes sociais, revelando uma tendência incomum no turismo global.
Desenvolvidos pela empresa chinesa Kenqing Technology, os exoesqueletos alugados por US$ 9,50 (cerca de R$ 50 em conversão direta) prometem facilitar a subida dos 7 mil degraus do local, famoso por deixar até os mais preparados de joelhos. A iniciativa, em fase de testes, já atraiu mais de 200 usuários em um único dia.
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Como funciona?
O dispositivo, que pesa 1,8 kg e se ajusta à cintura e coxas, usa motores para ampliar a força das pernas, reduzindo em até 30% o esforço muscular, de acordo com a Xinhua News Agency. Com bateria para cinco horas, o equipamento é indicado principalmente para idosos ou pessoas com mobilidade reduzida. "Parecia que alguém me puxava colina acima", relatou um turista ao veículo estatal chinês.
Apesar do entusiasmo, alguns usuários relataram estranheza ao retirar o exoesqueleto. "Senti os músculos das pernas 'desacostumados' após horas de uso", admitiu outro visitante.
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Turismo e Inovação
A Montanha Tai, patrimônio da UNESCO visitado por 6 milhões de pessoas anualmente, não é o único destino a adotar tecnologias vestíveis. Em 2023, o Japão testou trajes robóticos em trilhas do Monte Fuji, enquanto parques nos EUA estudam exoesqueletos para cadeirantes, segundo dados do TechCrunch.
Para a Kenqing Technology, a meta é comercializar o produto em massa até 2025. A empresa, que já fornece exoesqueletos para indústrias e hospitais, vê no turismo um mercado promissor, com a demanda por acessibilidade em atrações naturais crescendo 45% desde a pandemia, destacou um relatório de 2024 do Fórum Econômico Mundial.
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Além das montanhas: o futuro dos exoesqueletos
Aplicações médicas e industriais continuam sendo o foco principal. Estudos mostram que dispositivos similares reduzem lesões em trabalhadores de fábricas em até 60%. Na Alemanha, a empresa Ottobock já vende exoesqueletos por US$ 4 mil para reabilitação física.
No entanto, especialistas alertam para riscos, pois o uso prolongado sem supervisão pode causar atrofia muscular ou dependência tecnológica.
A iniciativa chinesa também gera polêmica. Ambientalistas questionam se facilitar o acesso a áreas naturais frágeis não incentivaria o excesso de visitantes.
Enquanto isso, turistas seguem divididos. Para alguns, a experiência perde a graça sem o esforço. Para outros, como idosos e pessoas com deficiência, os exoesqueletos são uma porta para conquistas antes impossíveis. A Montanha Tai, afinal, continua lá — agora, com um toque de ficção científica.
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