A Agência Internacional de Energia (IEA) divulgou uma previsão de desaceleração na produção e exploração de combustíveis fósseis, o que indicaria o "início do fim" da era desse tipo de energia.
O órgão de vigilância da energia global projetou pela primeira vez que o consumo de combustíveis fósseis - petróleo, gás e carvão - deve atingir seu pico antes de 2030. A partir daí, essa indústria deve entrar em declínio permanente, à medida de outros tipos de energia e políticas climáticas avançam.
Contudo, mais ações são necessárias para evitar uma catástrofe climática.
Métodos de energia limpa e políticas climáticas foram responsáveis por isso
De acordo com o relatório da IEA, a ser publicado ainda este mês, a indústria de petróleo, o gás e o carvão devem atingir seu pico mais cedo do que muitos cientistas e profissionais da área previram. Segundo o chefe da IEA, Fatih Birol, a antecipação desta mudança histórica foi impulsionada principalmente pelo “crescimento espetacular” da energia limpa, como veículos elétricos, painéis solares e energia eólica.
“Os picos para os três combustíveis fósseis são uma visão bem-vinda, mostrando que a mudança para sistemas energéticos mais limpos e seguros está a acelerar e que os esforços para evitar os piores efeitos das alterações climáticas estão a fazer progressos”, escreveu Birol ao jornal Financial Times.
Entre outros fatores que tiveram influência sobre começo do fim da era de combustíveis fósseis, o chefe da IEA ainda citou eventos político-econômicos. Entre eles, estão a transição acelerada da Europa para longe do gás desde a Rússia invadiu a Ucrânia; e as as mudanças estruturais na economia da China, que motivou o país a se afastar das indústrias pesadas com uso intensivo de energia.
"O mundo está à beira de um ponto de viragem histórico”, declarou Birol.
Uma ação mais forte ainda é fundamental para evitar uma catástrofe climática
Apesar do efeito positivo que o fim da era dos combustíveis fósseis deve ter, a previsão de desaceleração dessa indústria ainda não deve ser suficiente para evitar o aumento da temperatura mundial em 1,5°C acima dos níveis pré-industrializados. E isso é considerado vital para que o mundo evite uma catástrofe climática.
Em sua declaração ao Financial Times, Birol deixou o alerta: “Isso exigirá uma ação política significativamente mais forte e mais rápida por parte dos governos.”
Em termos econômicos, o chefe da IEA também já deixou seu conselho, ainda no começo deste ano, para o grandes produtores de petróleo. Segundo Birol, é fundamental que eles prestem "muita atenção ao ritmo crescente da mudança e calibrem as suas decisões de investimento”, dada à previsão de declínio na procura de combustíveis fósseis.
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