Em uma iniciativa inédita, a Visiona, empresa aeroespacial brasileira, revelou na última sexta-feira (18) imagens obtidas pelo VCUB1, seu nanossatélite lançado no ano passado. Este é o primeiro satélite brasileiro de observação da Terra e coleta de dados, marcando um importante passo para a indústria espacial nacional.
Num cenário onde o Brasil demonstra interesse crescente em expandir sua presença no setor, a Visiona se diz pronta para alavancar seus negócios em satélites e prevê crescimento da área no Brasil.
Parceria estratégica e o projeto VCUB1
A Visiona é uma joint venture entre a Embraer, que detém 51% da empresa, e a estatal de telecomunicações Telebras. Desde sua fundação em 2012, a empresa já havia participado do desenvolvimento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), em parceria com a Thales, que foi lançado em 2017 em um projeto de US$ 500 milhões.
Lançado em abril de 2023, o VCUB1, por sua vez, comprovou sua capacidade operacional ao entregar suas primeiras imagens, estabelecendo as bases para o desenvolvimento de outros projetos, como o SatVHR, um satélite de observação maior que a empresa está atualmente desenvolvendo.
“O que queremos é que o Brasil não veja mais os satélites como ficção científica, mas como coisas que podem resolver nossos problemas cotidianos relacionados ao meio ambiente, agricultura, déficit de planejamento”, afirmou o presidente-executivo da Visiona, João Paulo Campos, em entrevista à Reuters.
O posicionamento da empresa reflete um alinhamento com as políticas públicas do Governo Brasileiro, que vem enfatizando a importância do setor aeroespacial para a segurança nacional e o desenvolvimento de tecnologias locais.
Infraestrutura espacial e potencial de inovação
Em meio ao crescente interesse brasileiro por expansão aeroespacial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recentemente propôs a criação da Alada, uma nova empresa aeroespacial estatal que reforça essa estratégia nacional.
“Grandes países sempre têm grande infraestrutura espacial. O Brasil - onde o meio ambiente é essencial, a agricultura é essencial - é o país que mais pode se beneficiar dos satélites”, explicou Campos, enfatizando a importância de infraestrutura espacial para o desenvolvimento do País.
Além de seus projetos de satélite, a Visiona também opera um lucrativo braço de serviços baseados em satélite, atendendo setores públicos e privados com soluções para agricultura, petróleo e gás, serviços públicos e financeiros. Entre seus principais clientes estão o governo do estado do Maranhão, além de gigantes do setor privado, como Suzano, Klabin, Raízen e Vale.
Para ficar por dentro das principais notícias de tecnologia, siga o TechShake no Instagram.
VEJA TAMBÉM!