A tecnologia já afetou o meio ambiente mundial de várias formas diferentes. Mas em setembro de 2018, um projeto em Mianmar resolveu usá-la para o oposto. A ação utilizou drones para lançar "mísseis de sementes" em regiões remotas onde as árvores não estavam crescendo. O resultado visto menos de 1 ano depois foi o crescimento de milhares de mudas.
Tecnologia em prol das soluções da crise climática
O sistema da Biocarbon Engineering utilizado dados coletados por satélite e drones para identificar as melhores áreas para o plantio de cada espécie. Com essas informações, os drones são conduzidos até essas regiões, onde disparam uma cápsula de semente biodegradável no solo com ar pressurizado. O dispositivo é capaz de disparar 120 cápsulas de semente por minuto.
Essas cápsulas são preenchidas com uma semente germinada, nutrientes e outros componentes vitais para ajudá-las a crescer saudáveis naquele solo. A ação no Mianmar resultou no crescimento de milhares de mudas de mangue de 20 polegadas após 1 ano do plantio.
“Agora temos um caso confirmado de quais espécies podemos plantar e em quais condições. Agora estamos prontos para aumentar nosso plantio e replicar esse sucesso”, explicou Irina Fedorenko, cofundadora da Biocarbon Engineering à Fast Company.
Os drones utilizados foram projetados por um ex-engenheiro da NASA para replantar uma área em Mianmar do tamanho aproximado de Rhode Island. E os bons resultados obtidos até agora parecem indicar que o objetivo será alcançado.
De acordo com Fedorenko, apenas 2 operadores conseguiriam implantar uma frota de drones capaz de plantar até 400 mil árvores por dia. Para termos uma noção, a Worldview Foundation levou 7 anos para plantar 6 milhões de árvores em Mianmar. Com os drones, a organização pôde traçar o plano de plantar mais 4 milhões em menos de 1 ano.
500 bilhões de árvores até 2060
Original do Reino Unido, a BioCarbon Engineering (BCE) tem o plano de plantar 500 bilhões de árvores até 2060 por meio do plantio com os drones. Ainda em 2018, a empresa recebeu um aumento de financiamento de US$ 2,5 milhões, um investimento inicial feito pela SYSTEMIQ, uma empresa de consultoria e investimento orientada a propósitos que visa lidar com falhas do sistema econômico, e pela Parrot, o principal grupo europeu de drones.
Com diferentes regiões disponíveis para o desenvolvimento do projeto e sofrendo fortemente os primeiros efeitos das mudanças climáticas nos últimos anos, o Mianmar se tornou um bom caso de estudo para ação, conforme reportou a página Good.
Para o país, o plantio das árvores pode ajudar a limpar CO2 da atmosfera e a solidificar o solo, o que pode reduzir o tipo de erosão do solo que tem afetado as populações locais.
O projeto mostrou a extensão dos benefícios que um bom uso da tecnologia pode fazer para inovar nas soluções para a crise climática. Resta-nos ter esperança de que iniciativas do gênero sigam se multiplicando.
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