Drex: requisitos regulatórios devem atrasar o lançamento do real digital

 William Schendes
William Schendes

O Drex, também conhecido como real digital, já está quase pronto para ser testado pela população, mas esse processo ainda deve demorar mais alguns meses por conta de questões jurídicas.

Como reportou o Cointelegraph Brasil, Fábio Araujo, coordenador do projeto do Drex, disse que o BC está comprometido em cumprir com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e com a legislação de confidencialidade bancária.

Durante um evento realizado na sede da Microsoft, em São Paulo, o representante disse que a fase piloto do projeto - focada na investigação e soluções de privacidade da moeda - será finalizada em maio, porém, o Banco Central não deve conseguir atingir os requisitos regulatórios até o meio do ano.

Drex moeda digital Brasil
(Imagem: Divulgação)

"Progredimos rapidamente com as soluções, mas é improvável que atendamos todos os requisitos regulatórios até o meio do ano. Continuaremos os testes de privacidade e tentaremos aprimorar outros aspectos do projeto, como outros casos de uso e outros participantes. Isso dependerá das formalidades e da forma como devemos concluir a primeira fase do piloto."

- Fábio Araújo.

Portanto, a instituição financeira seguirá construindo soluções de privacidade e protocolos de governança no segundo semestre de 2024. Dessa forma, a população poderá testar a moeda digital com um conjunto de serviços maior.

O que é o Drex e como funcionará?

O Drex é a moeda digital de banco central (CBDC) criada pelo Banco Central do Brasil que permitirá vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais, como compra e venda de títulos públicos. A moeda poderá ser adquirida através de reais físicos que serão convertidos para o digital pelo BC.

Diferente do Pix, que é uma ferramenta de pagamentos, o Drex será a própria moeda digital - que também será usada em pagamentos instantâneos.

Ao comprar um carro, por exemplo, a transação feita com o Drex só será concluída quando a propriedade do carro for transferida para o comprador. “Se uma das partes falhar, o valor pago e o carro voltam para seus respectivos donos”, explica o Banco Central.

A segurança das transações financeiras da moeda digital é garantida por contratos inteligentes que serão liquidados pelos bancos através da Plataforma Drex operada pelo Banco Central.

Dessa forma, conforme o BC, a criação da moeda visa “democratizar o acesso aos benefícios da economia digital, trazendo mais eficiência e segurança para as transações financeiras.”

Atualmente, o Drex está na fase “Piloto”, com mais de 100 instituições financeiras inscritas para testar as funcionalidades de privacidade e programabilidade da moeda.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Escreve sobre tecnologia, games e ciência desde 2022. Tem experiência com hard news, mas também produziu artigos, reportagens, reviews e tutoriais.
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