Drex é adiado para 2025; segunda fase de testes acontecerá ainda este ano

 William Schendes
William Schendes

O Banco Central revelou nesta semana que o Drex, também conhecido como Real Digital, terá uma segunda fase de testes antes de abrir o sistema para os brasileiros. A previsão é que esses testes sejam finalizados até o primeiro semestre de 2025. Portanto, o lançamento da moeda digital está oficialmente adiado para o próximo ano.

De acordo com o BC, as soluções tecnológicas de privacidade testadas na plataforma do Drex até o momento "não apresentaram a maturidade necessária" para cumprir os requisitos jurídicos relacionados à privacidade dos cidadãos.

"As soluções tecnológicas de privacidade testadas até o presente estágio do Piloto não apresentaram a maturidade necessária para que se possa garantir o atendimento de todos os requisitos jurídicos relacionados à preservação da privacidade dos cidadãos, apesar de terem evoluído ao longo do tempo."

- Banco Central.

(Imagem: Peshkova/ Getty Images - Montagem: William Schendes/ TechShake)

Portanto, a nova fase de testes terá o objetivo de avaliar diferentes casos, levando em conta "os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação". Além disso, o BC pretende testar a implementação de smart contracts criados ou geridos por participantes terceiros da plataforma do Drex.

Smart contracts (contratos inteligentes, em português) são sistemas de contratos responsáveis por automatizar e garantir o cumprimento de acordos.

A autoridade monetária explica também que é necessário assegurar a participação ativa de outros reguladores do Drex, especialmente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No terceiro trimestre de 2024, o BC receberá novas propostas de entidades interessadas em participar do Piloto do Drex.

O que é o Drex e como funcionará?

O Drex é a moeda digital de banco central (CBDC) criada pelo Banco Central do Brasil que permitirá vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais, como compra e venda de títulos públicos. A moeda poderá ser adquirida através de reais físicos que serão convertidos para o digital pelo BC.

Diferente do Pix, que é uma ferramenta de pagamentos, o Drex será a própria moeda digital - que também será usada em pagamentos instantâneos.

Ao comprar um carro, por exemplo, a transação feita com o Drex só será concluída quando a propriedade do carro for transferida para o comprador. "Se uma das partes falhar, o valor pago e o carro voltam para seus respectivos donos", explica o Banco Central.

A segurança das transações financeiras da moeda digital é garantida por contratos inteligentes que serão liquidados pelos bancos através da Plataforma Drex operada pelo Banco Central.

Dessa forma, conforme o BC, a criação da moeda visa "democratizar o acesso aos benefícios da economia digital, trazendo mais eficiência e segurança para as transações financeiras."

Atualmente, o Drex está na fase "Piloto", com mais de 100 instituições financeiras inscritas para testar as funcionalidades de privacidade e programabilidade da moeda.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Escreve sobre tecnologia, games e ciência desde 2022. Tem experiência com hard news, mas também produziu artigos, reportagens, reviews e tutoriais.
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