Dispositivo 'revolucionário' equipado com AI bate recorde de devoluções

Taysa Coelho
Taysa Coelho

O AI Pin foi apresentado ao mundo como um dispositivo vestível revolucionário que poderia até mesmo substituir os smartphones. No entanto, quatro meses após o início das entregas, o gadget equipado com inteligência artificial tem se mostrado uma grande decepção aos consumidores.

O site norte-americano especializado em tecnologia The Verge teve acesso aos dados de vendas internas da Humane, fabricante do AI Pin. O veículo constatou que, entre maio e agosto deste ano, houve mais aparelhos devolvidos do que vendidos pela empresa.

Homem de casaco com capuz branco e dispositivo vestível ai pin fixado nele
Divulgação

De acordo com uma fonte do site, atualmente, apenas 7 mil compradores não devolveram o dispositivo. Além disso, mais de mil cancelaram a compra antes mesmo de receber o produto.

Custando US$ 699 (R$ 3.845) mais uma taxa de assinatura mensal de US$ 24 (R$ 135, não é para menos que os usuários esperem um produto de qualidade. Mas, desde o início, não parece ter sido isso que aconteceu.

“Pior produto que já testei”

O lançamento oficial do AI Pin ocorreu em novembro, mês em que iniciaram as pré-vendas. Mas, antes mesmo de começarem as entregas, em abril, o produto já se viu envolvido em polêmicas e críticas.

O aparelho não funcionou corretamente já no vídeo de apresentação, errando a resposta de algumas perguntas feitas pelos criadores. Além disso, no X (ex-Twitter), começaram a surgir publicações de pessoas testando o dispositivo e mostrando o seu desempenho duvidável.

Em um post feito pelo usuário @ImSh4yy, ele mostrou que foram necessários 21 segundos para enviar uma mensagem dizendo “Como vai?”, usando o recurso de tela projetada.

Após o início da distribuição, em abril, foram divulgados vários reviews negativos feitos por veículos especializados. O youtuber de tecnologia Marques Brownlee anunciou em seu canal, que tem mais de 19 milhões de seguidores, que o AI Pin foi o pior produto que ele já avaliou.

YouTuber avalia AI Pin como pior produto que já testou

Segundo o The Verge, a Humane teve um prejuízo de cerca de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5.5 milhões) em produtos estornados. A empresa, que esperava vender 100 mil dispositivos no primeiro ano, teria atingido a marca de somente 10 mil unidades, desde a pré-venda, em novembro.

Promessa de substituir celular

O AI Pin virou assunto depois que apareceu como um acessório de moda em um desfile na Paris Fashion Week, em outubro de 2023. O wearable foi apresentado como algo promissor, que deveria substituir os smartphones no futuro.

Assim como os celulares atuais, o aparelho permite fazer chamadas, enviar mensagens, pesquisar na internet, realizar anotações, fazer fotos e vídeos, entre outras funções. Seu principal diferencial estaria no sistema operacional próprio, equipado com inteligência artificial.

Display a laser do AI pin
Projeção do texto na mão feita pelo AI Pin (Divulgação)

O sistema permitiria deixar as mãos do usuário livres, uma vez que o dispositivo responde às perguntas e solicitações por comandos de voz e gestos. Outro diferencial está no fato de não ter tela. O produto simplesmente projeta o texto em superfícies, como a palma da mão.

Além disso, o AI Pin é equipado com uma câmera ultra grande angular de 13 MP e apresenta conexões via Wi-Fi 5, LTE, Bluetooth 5.1 e GPS, além de rede de celular móvel convencional.

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Taysa Coelho
Taysa Coelho
Movida pela curiosidade, adora conhecer coisas novas e acredita que, por isso, se tornou jornalista. No tempo livre, gosta de ir à praia, ler, ver filmes e maratonar séries. Carioca formada pela UFRJ, atualmente vive em Portugal, país que adotou.
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