Hoje é o Dia Nacional da Alfabetização, e o panorama da alfabetização no Brasil revela uma realidade preocupante, com apenas 43% dos estudantes alcançando níveis adequados na idade certa, conforme a pesquisa Alfabetiza Brasil do Ministério da Educação (MEC), apresentada em maio de 2023.
Isso marca um declínio significativo em relação a 2019, ano pré-pandemia, quando 60,3% das crianças estavam alfabetizadas no final do segundo ano do Ensino Fundamental.
Enquanto isso, um estudo internacional realizado por instituições do Canadá e Irlanda aponta um aumento surpreendente no tempo que as crianças passam em frente às telas. Coletando dados de quase 30 mil crianças de diversos países, a pesquisa revela que o tempo diário de tela aumentou em uma hora e vinte minutos, atingindo 246 minutos por dia durante e após a disseminação da COVID-19.
A psicopedagoga Sabrina Oliveira alerta para a relação direta entre o consumo excessivo de telas e as dificuldades de alfabetização. Em um momento crucial de intensa atividade cerebral, a criança, ao se expor passivamente às telas, compromete processos cognitivos elaborados.
Ela destaca que o acesso desregulado às telas prejudica o sono, reduz a motricidade e impacta negativamente no desenvolvimento físico e cognitivo.
Além disso, o tempo de tela tem substituído a interação com livros, fundamentais na descoberta das letras. A excessiva exposição às telas influencia na qualidade do sono, habitua a criança a atividades de baixo esforço mental e gera consequências físicas, emocionais e de comportamento.
Porém, em meio a esse cenário desafiador, é possível utilizar a tecnologia de maneira positiva. Embora o consumo excessivo de telas seja desaconselhado, se usada com supervisão e orientação educacional, a tecnologia pode ser uma aliada no processo de alfabetização.
Encontrando o Equilíbrio Digital na Jornada da Alfabetização
Em um mundo cada vez mais digital, encontrar o equilíbrio entre o uso de telas e a alfabetização torna-se crucial.
Os desafios são evidentes, mas a conscientização sobre os riscos e benefícios, aliada a uma abordagem equilibrada e orientada por educadores, pode ser a chave para garantir que a tecnologia contribua positivamente para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita das crianças.
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