DeepSeek sofre bloqueio na Coreia do Sul por problemas de privacidade

Adriano Camargo
Adriano Camargo

O aplicativo de inteligência artificial DeepSeek tem enfrentado uma série de restrições em diferentes países por questões relacionadas à privacidade dos usuários. Recentemente, após a Itália ter bloqueado o aplicativo, a Coreia do Sul suspendeu novos downloads.

Na Coreia do Sul, a Comissão de Proteção de Dados Pessoais (PIPC) determinou a suspensão de novos downloads do DeepSeek após identificar que o aplicativo não cumpria integralmente as normas locais de proteção de dados. Embora o acesso via navegador permaneça disponível e os aplicativos já instalados continuem funcionando, as autoridades recomendam que os usuários evitem inserir informações pessoais no chatbot até que as questões de privacidade sejam resolvidas.

Deepseek no celular Solen 2
DeepSeek enfrenta novos problemas de privacidade (Imagem: Solen Feyissa/Unsplash)

Crescimento da plataforma

A popularidade do DeepSeek cresceu rapidamente na Coreia do Sul, acumulando aproximadamente 1,2 milhão de usuários e tornando-se o segundo modelo de IA mais utilizado no país, atrás apenas do ChatGPT. No entanto, preocupações sobre a transparência na coleta e uso de dados pessoais levaram o governo a agir. A PIPC destacou que o DeepSeek não foi claro sobre a transferência de dados para terceiros e possivelmente coletou informações pessoais em excesso.

Além da Coreia do Sul, a Itália também tomou medidas contra o DeepSeek. A Autoridade de Proteção de Dados italiana, conhecida como Garante, bloqueou o acesso ao aplicativo no país após a empresa não fornecer informações adequadas sobre suas práticas de coleta e armazenamento de dados. O Garante está investigando as empresas por trás do chatbot, que rapidamente acumulou milhões de usuários.

O que diz a empresa

Em resposta às ações regulatórias, o DeepSeek reconheceu parcialmente o não cumprimento das leis locais de privacidade e nomeou representantes legais na Coreia do Sul para tratar das questões levantadas. No entanto, a empresa ainda não forneceu uma resposta oficial detalhada sobre as preocupações específicas apontadas pelas autoridades.

O governo chinês, por sua vez, enfatizou seu compromisso com a privacidade de dados e o cumprimento das leis internacionais. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o governo exige que as empresas nacionais sigam as leis e regulamentos dos países onde operam, esperando que questões econômicas e tecnológicas não sejam politizadas.

Esses incidentes destacam os desafios que aplicativos de inteligência artificial enfrentam ao operar em diferentes jurisdições, especialmente em relação à conformidade com regulamentações de privacidade e proteção de dados.

À medida que a tecnologia avança, espera-se que mais países intensifiquem a fiscalização para garantir a segurança e a privacidade dos usuários.

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Adriano Camargo
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Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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