DeepSeek enfrenta muitas críticas por falhas de segurança e privacidade

Adriano Camargo
Adriano Camargo

O aplicativo chinês de inteligência artificial DeepSeek, que rapidamente se tornou um dos mais populares na App Store, está sob intenso escrutínio devido a sérias preocupações relacionadas à segurança e privacidade dos usuários.

Análises recentes indicam que o aplicativo apresenta vulnerabilidades significativas na proteção de dados.

DeepSeek imagem cel capa
App do DeepSeek (Imagem: Unsplash/Solen Feyissa)

De acordo com a NowSecure, empresa especializada em segurança de aplicativos móveis, o DeepSeek transmite dados sensíveis pela internet sem criptografia adequada, tornando-os suscetíveis a interceptações e manipulações.

Além disso, o aplicativo utiliza o método de criptografia Triple DES, considerado obsoleto e facilmente comprometido. As chaves de criptografia são reutilizadas e incorporadas diretamente no aplicativo, facilitando o acesso por agentes mal-intencionados.

A política de privacidade do DeepSeek revela que o aplicativo coleta uma variedade de dados dos usuários, incluindo nomes de usuário, endereços de e-mail, senhas, datas de nascimento, números de celular, histórico de conversas e arquivos enviados. Essas informações são armazenadas em servidores na China, levantando preocupações adicionais sobre a proteção e uso desses dados.

Soluções para a questão

Em resposta a essas preocupações, a autoridade de proteção de dados da Itália, conhecida como Garante, ordenou o bloqueio do chatbot DeepSeek no país após a empresa não abordar adequadamente questões relacionadas à sua política de privacidade. O Garante questionou o manuseio de dados pessoais pelo DeepSeek, incluindo quais dados são coletados, suas fontes, finalidades, base legal e locais de armazenamento.

A resposta insuficiente da empresa levou à ordem de bloqueio imediato e a uma investigação em andamento.

DeepSeek app na tela
(Imagem: Unsplash/John Cameron)

Nos Estados Unidos, legisladores bipartidários introduziram o No DeepSeek on Government Devices Act, visando proibir o uso do aplicativo em dispositivos governamentais devido a preocupações de segurança nacional.

Os representantes Josh Gottheimer e Darin LaHood destacaram o potencial do governo chinês de explorar o aplicativo para vigilância e desinformação, seguindo precedentes estabelecidos por proibições anteriores de aplicativos chineses em dispositivos federais.

Investigações também revelaram que o DeepSeek envia dados de usuários para servidores pertencentes à ByteDance, empresa que opera o TikTok, e que enfrenta desafios significativos nos EUA, onde uma lei foi promulgada exigindo que o aplicativo seja vendido a um comprador americano devido a preocupações de segurança nacional.

Diante dessas revelações, especialistas em segurança recomendam que os usuários considerem desinstalar o DeepSeek de seus dispositivos e busquem alternativas de chatbots de IA que priorizem a segurança e a proteção de dados.

A crescente popularidade do DeepSeek contrasta com as preocupações emergentes sobre suas práticas de segurança e privacidade, levando a um debate sobre o equilíbrio entre inovação tecnológica e proteção de dados dos usuários.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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