Criança com 1º implante cerebral para epilepsia reduz 80% das convulsões

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo

Em mais uma boa notícia de quando a tecnologia avança em nome da saúde, um menino de 12 anos se tornou o primeiro paciente a receber um implante cerebral pediátrico desenvolvido para tratar casos graves de epilepsia. Por meio da técnica da estimulação cerebral profunda (DBS), o pequeno chip foi capaz de reduzir o número de convulsões.

Paciente apresentou redução de 80% das convulsões

cérebro humano com um chip implantado
Imagem: Sutterstock / Iaremenko Sergii

Até seus 12 anos, Oran Knowlson conviva com sérias limitações causadas pela epilepsia. As severas e constantes convulsões faziam com que ele perdesse a consciência e até a respiração. Em algumas ocasiões, o menino precisou ser reanimado. E a frequência com que tinha as convulsões não permitia que ele realizasse muitas atividades de forma independente, precisando do cuidado da família em tempo integral.

Em outubro de 2023, Oran recebeu o primeiro implante cerebral pediátrico Picostim, da Bioinduction, num procedimento realizado no Reino Unido. Apenas 8 meses depois, o jovem, agora com 13 anos, registrou uma redução de 80% no número de convulsões diurnas causadas pela epilepsia. O tratamento já mudou a sua vida , devolvendo-lhe, por exemplo, a possibilidade de voltar a andar a cavalo.

“Oran é a primeira criança no mundo a receber este dispositivo, e estamos extremamente satisfeitos por ter trazido um benefício tão positivo para ele e sua família”, afirmou em nota Tim Denison, engenheiro-chefe do projeto e professor da Universidade de Oxford.

Intitulado de Projeto CADET, a iniciativa tem planos de testar e validar a eficácia do implante cerebral pediátrico em mais 20 crianças diagnosticadas com síndrome de Lennox-Gastaut, um tipo raro e grave de epilepsia. A expectativa é de que os estudos clínicos já ocorram nos próximos meses entre estes pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.

Como funciona o implante cerebral pediátrico

implante cerebral epilepsia
Implante cerebral reduziu 80% das crises de epilepsia em menino britânico (Imagem: Reprodução/Projeto CADET/UCL)

Numa cirurgia de aproximadamente 8 horas, os médicos abrem o crânio do paciente para a instalação de pequenos eletrodos na região cerebral do tálamo, responsável pelo envio de sinais elétricos. Os fios dos eletrodos, então, são ligados ao pequeno implante que mede apenas 3,5 cm por 3,5 cm e tem espessura de 0,6 cm.

A ideia é que sejam bloqueadas as vias elétricas, o que impede a propagação das convulsões no cérebro. O dispositivo pode ser recarregado com um carregador sem fio ou com fones de ouvido especiais após a instalação.

“A estimulação cerebral profunda nos aproxima mais do que nunca da interrupção das crises epilépticas em pacientes que têm opções de tratamento eficazes muito limitadas”, afirmou Martin Tisdall, professor associado da UCL e neurocirurgião pediátrico.

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Sabryna Esmeraldo
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Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora ávida de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades deste mundo.
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