Como combater o bullying virtual com cibersegurança; veja dicas

Adriano Camargo
Adriano Camargo

No Dia Internacional contra a Violência e o Bullying Escolar, especialistas destacam o uso da cibersegurança como um recurso essencial na prevenção e combate ao cyberbullying, que atinge crianças, jovens e adultos de diversas faixas etárias.

Embora o assédio virtual tenha características distintas em relação ao bullying tradicional, como o anonimato e a possibilidade de repetição contínua nas redes sociais, ele pode causar sérios danos psicológicos, como distúrbios de sono, ansiedade e até mesmo depressão.

Bullying virtual capa
(Imagem: freepik)

Esse assédio pode se manifestar de várias formas, como:

  • Falsa Identidade – “Cyberbullies” frequentemente criam contas falsas para se passar por suas vítimas, levando a mal-entendidos, danos à reputação ou exploração. Por exemplo, um agressor pode se passar por um aluno para enviar mensagens ofensivas a seus colegas, criando conflitos e prejudicando relacionamentos.
  • Doxxing: Envolve a divulgação pública de informações pessoais (endereço, número de telefone, entre outros dados), colocando a vítima em risco de danos físicos ou de novos assédios online. Essa exposição pode gerar medo e angústia constantes.
  • Assédio e perseguição: “Cyberbullies” podem enviar mensagens ameaçadoras ou de assédio repetidamente ou perseguir as vítimas em várias plataformas. Esse tipo de bullying é especialmente prevalente em redes sociais, onde o anonimato pode encorajar os agressores.
  • Pornografia de vingança e “sextorsão”: Os atacantes podem compartilhar imagens explícitas sem consentimento ou ameaçar fazê-lo a menos que suas exigências sejam atendidas, uma tática chamada "sextorsão," que tem crescido dramaticamente no mundo. O FBI (Federal Bureau of Investigation, ou Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos) relatou o aumento de casos, alertando estudantes e pais a permanecerem atentos.

Combatendo o cyberbullying com cibersegurança

A cibersegurança é uma aliada valiosa na luta contra o cyberbullying, oferecendo soluções tanto de proteção quanto de prevenção que ajudam indivíduos a evitar caírem nas armadilhas de agressores online:

  • Verificação avançada de identidade: Autenticação de múltiplos fatores (MFA) e verificações de identidade ajudam a prevenir o acesso não autorizado a contas pessoais, reduzindo as oportunidades de falsa identidade, invasão de contas e cyberbullying subsequente.
  • Moderação e filtragem de conteúdo: Ferramentas baseadas em IA filtram e bloqueiam linguagem abusiva ou links suspeitos em redes sociais e plataformas educacionais, ajudando a reduzir instâncias de assédio e interações potencialmente prejudiciais.
  • Criptografia de ponta a ponta: A criptografia protege mensagens privadas e conteúdo sensível, garantindo que apenas os destinatários possam visualizar as informações, dificultando a interceptação e uso indevido pelos “cyberbullies”.
  • Rastreamento de pegada digital: Ferramentas de cibersegurança podem rastrear atividades online e criar trilhas digitais detalhadas, ajudando a localizar e identificar agressores que tentam se esconder atrás de perfis anônimos.
  • Mecanismos de denúncia e coleta de evidências: Muitas plataformas agora incorporam opções de denúncia que permitem aos usuários documentar e sinalizar facilmente conteúdos abusivos. Armazenar essas evidências digitais pode ajudar em investigações futuras.
proteção virtual no PC
(Imagem: freepik)

Diversas plataformas já implementam soluções que permitem aos usuários denunciar conteúdo ofensivo, acumulando evidências que podem ser úteis para investigações e responsabilização dos agressores. Além disso, ferramentas baseadas em inteligência artificial ajudam a filtrar mensagens abusivas e bloquear interações suspeitas, especialmente em ambientes escolares e redes sociais.

No Brasil, o cyberbullying já é reconhecido como um problema significativo e recebeu respaldo da legislação com o Marco Civil da Internet e leis específicas contra o bullying em ambientes escolares. Essas regulamentações estabelecem punições e reforçam a importância de ambientes de aprendizado seguros.

Além disso, muitas escolas adotam medidas de conscientização para educar estudantes sobre o uso responsável da internet e as consequências do assédio digital, com ações preventivas que envolvem tanto alunos quanto seus responsáveis.

Paralelamente, vários países têm implantado leis específicas para coibir o bullying virtual. No Japão, por exemplo, regulamentações reforçadas após casos de suicídio motivados por ataques virtuais agora impõem penas mais rígidas aos infratores. Em Singapura, a legislação possibilita que vítimas solicitem ordens de proteção, enquanto em partes dos Estados Unidos, leis estaduais estabelecem penalidades criminais para o assédio digital.

A conscientização sobre o impacto do cyberbullying e o uso de boas práticas online também são fundamentais. Especialistas recomendam aos pais e educadores que incentivem o uso de configurações de privacidade em redes sociais, que ajudem os jovens a reconhecer e denunciar comportamentos abusivos e que promovam o desenvolvimento da inteligência emocional para lidar com situações de conflito.

Para garantir um ambiente digital seguro, é essencial que as plataformas digitais e os governos trabalhem em conjunto, desenvolvendo políticas de proteção e incentivando a empatia nas interações online. A união entre tecnologia e educação é vista como uma estratégia importante para mitigar o assédio virtual.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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