No Dia Internacional contra a Violência e o Bullying Escolar, especialistas destacam o uso da cibersegurança como um recurso essencial na prevenção e combate ao cyberbullying, que atinge crianças, jovens e adultos de diversas faixas etárias.
Embora o assédio virtual tenha características distintas em relação ao bullying tradicional, como o anonimato e a possibilidade de repetição contínua nas redes sociais, ele pode causar sérios danos psicológicos, como distúrbios de sono, ansiedade e até mesmo depressão.
Esse assédio pode se manifestar de várias formas, como:
- Falsa Identidade – “Cyberbullies” frequentemente criam contas falsas para se passar por suas vítimas, levando a mal-entendidos, danos à reputação ou exploração. Por exemplo, um agressor pode se passar por um aluno para enviar mensagens ofensivas a seus colegas, criando conflitos e prejudicando relacionamentos.
- Doxxing: Envolve a divulgação pública de informações pessoais (endereço, número de telefone, entre outros dados), colocando a vítima em risco de danos físicos ou de novos assédios online. Essa exposição pode gerar medo e angústia constantes.
- Assédio e perseguição: “Cyberbullies” podem enviar mensagens ameaçadoras ou de assédio repetidamente ou perseguir as vítimas em várias plataformas. Esse tipo de bullying é especialmente prevalente em redes sociais, onde o anonimato pode encorajar os agressores.
- Pornografia de vingança e “sextorsão”: Os atacantes podem compartilhar imagens explícitas sem consentimento ou ameaçar fazê-lo a menos que suas exigências sejam atendidas, uma tática chamada "sextorsão," que tem crescido dramaticamente no mundo. O FBI (Federal Bureau of Investigation, ou Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos) relatou o aumento de casos, alertando estudantes e pais a permanecerem atentos.
Combatendo o cyberbullying com cibersegurança
A cibersegurança é uma aliada valiosa na luta contra o cyberbullying, oferecendo soluções tanto de proteção quanto de prevenção que ajudam indivíduos a evitar caírem nas armadilhas de agressores online:
- Verificação avançada de identidade: Autenticação de múltiplos fatores (MFA) e verificações de identidade ajudam a prevenir o acesso não autorizado a contas pessoais, reduzindo as oportunidades de falsa identidade, invasão de contas e cyberbullying subsequente.
- Moderação e filtragem de conteúdo: Ferramentas baseadas em IA filtram e bloqueiam linguagem abusiva ou links suspeitos em redes sociais e plataformas educacionais, ajudando a reduzir instâncias de assédio e interações potencialmente prejudiciais.
- Criptografia de ponta a ponta: A criptografia protege mensagens privadas e conteúdo sensível, garantindo que apenas os destinatários possam visualizar as informações, dificultando a interceptação e uso indevido pelos “cyberbullies”.
- Rastreamento de pegada digital: Ferramentas de cibersegurança podem rastrear atividades online e criar trilhas digitais detalhadas, ajudando a localizar e identificar agressores que tentam se esconder atrás de perfis anônimos.
- Mecanismos de denúncia e coleta de evidências: Muitas plataformas agora incorporam opções de denúncia que permitem aos usuários documentar e sinalizar facilmente conteúdos abusivos. Armazenar essas evidências digitais pode ajudar em investigações futuras.
Diversas plataformas já implementam soluções que permitem aos usuários denunciar conteúdo ofensivo, acumulando evidências que podem ser úteis para investigações e responsabilização dos agressores. Além disso, ferramentas baseadas em inteligência artificial ajudam a filtrar mensagens abusivas e bloquear interações suspeitas, especialmente em ambientes escolares e redes sociais.
No Brasil, o cyberbullying já é reconhecido como um problema significativo e recebeu respaldo da legislação com o Marco Civil da Internet e leis específicas contra o bullying em ambientes escolares. Essas regulamentações estabelecem punições e reforçam a importância de ambientes de aprendizado seguros.
Além disso, muitas escolas adotam medidas de conscientização para educar estudantes sobre o uso responsável da internet e as consequências do assédio digital, com ações preventivas que envolvem tanto alunos quanto seus responsáveis.
Paralelamente, vários países têm implantado leis específicas para coibir o bullying virtual. No Japão, por exemplo, regulamentações reforçadas após casos de suicídio motivados por ataques virtuais agora impõem penas mais rígidas aos infratores. Em Singapura, a legislação possibilita que vítimas solicitem ordens de proteção, enquanto em partes dos Estados Unidos, leis estaduais estabelecem penalidades criminais para o assédio digital.
A conscientização sobre o impacto do cyberbullying e o uso de boas práticas online também são fundamentais. Especialistas recomendam aos pais e educadores que incentivem o uso de configurações de privacidade em redes sociais, que ajudem os jovens a reconhecer e denunciar comportamentos abusivos e que promovam o desenvolvimento da inteligência emocional para lidar com situações de conflito.
Para garantir um ambiente digital seguro, é essencial que as plataformas digitais e os governos trabalhem em conjunto, desenvolvendo políticas de proteção e incentivando a empatia nas interações online. A união entre tecnologia e educação é vista como uma estratégia importante para mitigar o assédio virtual.
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