Empresas de Inteligência Artificial (IA) como a OpenAI já lançaram ferramentas de IA generativa de texto, imagens e até vídeos extremamente realistas que tentam abrir o caminho para a companhia chegar a indústria do cinema e da televisão. Mas a IA pode substituir profissionais como escritores, atores e diretores? Para o co-CEO da Netflix, não.
IA deve ser usada como ferramenta, não como uma substituta
Em entrevista ao The New York Times, Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, comentou a utilização da IA na indústria de filmes e séries. Para ele, a IA é um tipo natural de avanço das coisas que estão acontecendo no espaço criativo hoje.
"Escritores, diretores e editores usarão a IA como uma ferramenta para realizar melhor seu trabalho e fazer as coisas de maneira mais eficiente e eficaz. E, na melhor das hipóteses, colocar na tela coisas que seriam impossíveis de fazer", afirmou o co-CEO da Netflix.
Sarandos ainda comparou a chegada da IA ao salto gigantesco da animação desenhada à mão para a animação gerada por computadores, destacando a quantidade de pessoas que a indústria de animação emprega hoje.
"Lembra como todo mundo lutou contra o vídeo doméstico? Durante várias décadas, os estúdios não licenciaram filmes para a televisão. Portanto, todos os avanços da tecnologia no entretenimento foram combatidos e, em última análise, resultaram no crescimento do negócio. Não sei se isso seria diferente."
E o executivo fala de um lugar de grande experiência com a indústria e com novas tecnologias para os produtos desta indústria. Trabalhando há 24 anos na Netflix, ele supervisionou a expansão inicial da empresa em streaming e foi o pioneiro no binge watch (a ideia de liberar todos os episódios de uma vez para "binge watch it", ou seja", maratonar uma série).
Sob seu comando, a Netflix desenvolveu seu poderoso algoritmo que entende o comportamento de seus assinantes e faz as devidas sugestões do que ver a seguir. Sarandos também deu luz verde às primeiras produções originais da Netflix e liderou a empresa em sua entrada em formatos como reality shows, filmes de grande produção e entretenimento ao vivo. Para ele, a IA não será capaz de fazer o trabalho de um humano.
"Tenho mais fé nos humanos do que isso. Eu realmente quero. Não acredito que um programa de IA vá escrever um roteiro melhor do que um grande escritor, ou que substitua uma ótima performance, ou que não seremos capazes de perceber a diferença. A IA não vai tirar o seu trabalho. A pessoa que usa bem a IA pode aceitar o seu emprego", afirmou.
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