Cientistas holandeses alcançaram um marco histórico ao criar minicérebros em laboratório, utilizando tecido fetal humano. Essas estruturas, do tamanho de um grão de arroz, oferecem um novo caminho para pesquisas sobre o desenvolvimento cerebral e o tratamento de doenças neurológicas.
O estudo, conduzido pelo Centro Princess Máxima de Oncologia Pediátrica e pelo Instituto Hubrecht, na Holanda, foi publicado na revista científica Cell.
Esses minicérebros, também conhecidos como organoides cerebrais 3D, representam uma ferramenta valiosa para compreender o desenvolvimento cerebral humano. O tamanho reduzido, que vai de - aproximadamente - um fio de cabelo a 5 milímetros, não impede que essas estruturas ofereçam complexidade suficiente para conduzir pesquisas antes possíveis apenas em animais.
Ao contrário dos métodos tradicionais de criação de organoides, que envolvem o uso de células-tronco, os cientistas holandeses desenvolveram organoides cerebrais a partir de tecido fetal coletado voluntariamente de abortos entre 12 e 15 semanas.
Esse novo método resultou em organoides mais complexos, auto-organizados e mantendo características específicas do cérebro de origem.
A líder da pesquisa, Benedetta Artegiani, destaca a relevância desses minicérebros para compreender o desenvolvimento cerebral, observando seu potencial para esclarecer questões sobre doenças do neurodesenvolvimento, como microcefalia e câncer cerebral infantil.
Os organoides continuaram a crescer por mais de seis meses em laboratório, sendo multiplicados pelos cientistas. Essa capacidade de replicação permitiu a geração de diversos organoides semelhantes a partir de uma única amostra de tecido, ampliando as possibilidades de pesquisa.
Em relação à consciência, os cientistas afirmam ser altamente improvável que esses minicérebros possuam propriedades perceptivas semelhantes às humanas, devido à falta de informações sensoriais e interações complexas da região cerebral.
Potencial microscópico
Além de avançar no estudo do desenvolvimento cerebral, os pesquisadores exploraram o potencial dos minicérebros na pesquisa de câncer cerebral.
Utilizando a técnica CRISPR para editar geneticamente células associadas ao tumor, os cientistas observaram comportamentos típicos de células cancerígenas nos organoides, indicando um possível uso na pesquisa de tratamentos contra esses tipos de câncer.
Questões éticas
O debate ético sobre os limites desses avanços persiste, levantando questões sobre a consciência dos organoides. No entanto, a maioria dos cientistas acredita que, atualmente, essas estruturas não possuem níveis de consciência. O estudo destaca a necessidade de avaliações proativas dos desafios éticos associados a esses modelos experimentais do cérebro humano.
Esse avanço promissor abre portas para novas descobertas e potenciais tratamentos, impulsionando a pesquisa médica rumo a soluções neurológicas complexas.
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