Vinte das principais empresas de tecnologia assinaram o pacto "Acordo tecnológico para combater o uso enganoso de IA nas eleições de 2024" a fim de mitigar os riscos dos conteúdos gerados por inteligência artificial durante os períodos eleitorais.
A medida foca em deepfakes de vídeo, áudio e imagens geradas por IA com potencial de interferir nas votações.
A lista completa de big techs que assinaram o acordo, inclui: Adobe, Amazon, Anthropic, Arm, ElevenLabs, Google, IBM, Inflection AI, LinkedIn, McAfee, Meta, Microsoft, Nota, OpenAI, Snap Inc., Stability AI, TikTok, Trend Micro, Truepic e X.
Medidas para combater o uso fraudulento da IA
Comprometidas com as medidas do pacto, as empresas adotarão formas para combater a criação e divulgação de conteúdos potencialmente prejudiciais durante as eleições. O documento do pacto lista todos os oito compromissos que serão adotados pelas companhias:
-
Desenvolvimento e implementação de tecnologia para mitigar os riscos relacionados ao conteúdo enganoso de IA nas eleições;
-
Avaliação dos modelos em escopo deste acordo para identificar riscos;
-
Detecção a distribuição desses conteúdos em suas plataformas;
-
Buscar abordagens adequadas sobre conteúdos gerados por IAs nas plataformas;
-
Fomento à colaboração entre as indústrias sobre conteúdos eleitorais enganosos;
-
Transparência ao público sobre como a empresa trata o assunto;
-
Engajamento com organizações globais da sociedade civil, acadêmicos e governos;
-
E apoiar os esforços para aumentar a conscientização pública e a alfabetização midiática.
O acordo chega no ano em que mais de 40 países realizarão eleições nacionais. Como destaca o Euro News, conteúdos de IA já estão sendo utilizados para interferir em eleições, exemplo recente disso foram as mensagens de deepfakes que imitavam a voz de Joe Biden (presidente dos Estados Unidos) desencorajando a população a votar nas eleições primárias do estado de New Hampshire.
Em 2023, dias antes da eleição nacional da Eslováquia, começaram a circular vídeos falsos do líder do partido progressista do país, Michal Šimečka, relatando um esquema de fraude nas eleições.
Além disso, os próprios políticos estão fazendo uso de ferramentas de IA para criar chatbots, se comunicar com eleitores e gerar imagens para suas campanhas.
Tendo esses casos em vista, o acordo visa promover que as empresas se concentrem em formas de educar o público para não cair em conteúdos fraudulentos gerados artificialmente.
Outro ponto que já está sendo implementado por parte das empresas, é adotar medidas para mitigar os riscos de conteúdos prejudiciais, incluindo a identificação e rotulação dos mesmos.
No Brasil, que realizará suas eleições municipais em outubro, o Senado está discutindo sobre o Projeto de Lei 2.338/2023 que visa regulamentar a inteligência artificial no país. Já o Tribunal Superior Eleitoral está realizando uma série de debates no primeiro trimestre para regulamentar o uso da tecnologia nas próximas eleições.
SAIBA MAIS!
- IA para falar com os mortos? IA simula falecidos e gera polêmica
- OpenAI apresenta Sora, novo modelo de IA para geração de vídeos a partir de textos
- Sem fraude! Google remove 170 milhões de avaliações falsas no Google Maps e na Busca